Moça diante do espelho. Pablo Picasso, 1932. Fonte: http://www.allposters.com.br/-sp/Moca-diante-de-espelho-cerca-de-1932-posters_i8092691_.htm |
Se for para ser um plágio, que seja de você, mesmo. Afinal copiar a si é justo, logo aos outros é inútil. Portanto aprender é uma direção e copiar é outra, então vamos evoluir...
(Ru Aisó)
O que nos define como seres únicos é o fato de não existir nenhum ser humano,
mesmo gêmeos idênticos, que seja igual a outro na sua personalidade, na sua
peculiaridade, nas suas maneiras de reagir e se posicionar diante da vida.
Cada um foi dotado, no momento da concepção, com
características físicas e emocionais que fazem de nós, apesar de muitas vezes
sermos semelhantes, exemplares únicos dentro de uma mesma espécie.
Sendo assim, a maneira como cada um reage às mais diversas
circunstâncias a que é submetido no decorrer da existência é
peculiar à personalidade de cada um. Não é possível esperar reações iguais de
seres desiguais no que tange aos modos de agir e de pensar. Somos únicos e,
como tais, únicas também são nossas emoções.
É certo, porém, que muitas vezes elegemos alguém em quem nos
espelhar durante nossa caminhada rumo à firmação como pessoas. É óbvio que esse
alguém sempre será aquela pessoa objeto da nossa mais profunda admiração, pois,
se "copiamos", é porque sentimos vontade de nos assemelhar a ela pelas
mais diversas razões. Isso é absolutamente normal e começa a ocorrer desde a mais tenra idade, quando passamos a imitar comportamentos, tanto é que a
máxima "não se educa por palavras, mas sim, por exemplos" é pautada
na necessidade de termos um modelo a seguir.
Todavia, isso deixa de ser saudável quando a pessoa deixa de
viver a sua própria vida, de exprimir seus próprios sentimentos, de se
expressar de acordo com valores próprios diante das mais diversas
circunstâncias, para assumir a personalidade de outrem e passar a agir e a
viver como se fosse uma extensão dele.
Nos transformar em um clone, em uma cópia, é o pior que podemos
fazer com a nossa personalidade, pois ao abrir mão de sermos autênticos e
verdadeiros, passamos a ser uma caricatura daquele que elegemos como nosso
espelho, o que é deprimente e doloroso.
Ninguém tem de mudar para agradar ninguém. Ninguém precisa abrir
mão de ser quem é realmente a fim de obter a aprovação dos outros. Ninguém
necessita reprimir sua própria personalidade para ser aceito por quem quer que
seja. O desejo de mudança é saudável quando parte de nós mesmos, quando
percebemos que traços contidos em nós nos incomodam a ponto de despertar o
desejo de transformação. Mudar, sim, mas mudar por nós, pois, só assim,
isso nos trará contentamento e amadurecimento emocional.
Ser um plágio de outra pessoa é aviltante à essência de
seres especiais e exclusivos, dotados de capacidade de escolha, de articulação e
únicos em emoções e sentimentos.
Bete Tezine
"A arte, em todas as suas formas de expressão, tem o poder de mudar os rumos de uma história que desde o começo estava fadada ao fracasso..."
Nascida em Santo André, SP, 48 anos, advogada, artista plástica, professora universitária de Artes Plásticas, mãe de 2 filhos (1 adulto e 1 adolescente), diagnosticada com Esclerose Múltipla em fevereiro de 2012 e atual presidente da ABCEM.
😘😘😘😘😘😘😘lindo texto
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