terça-feira, 6 de dezembro de 2016

Home Care para pessoas com doenças neurodegenerativas:


Fonte: http://www.rsaude.com.br/londrina/materia/home-care-cuidados-domiciliares/8373

Home care, expressão que do inglês significa “cuidar no lar”, consiste de um serviço de saúde realizado no domicílio com o objetivo de desospitalização para “hospitalizar em casa”. Nos últimos anos esse tipo de atividade vem sendo largamente difundido no Brasil e no mundo.

O primeiro serviço de home care documentado na história data do século XIII a.C., na terceira dinastia do Egito Antigo. Desde então, os relatos que se sucedem de forma mais organizada são a partir de 1796, em Boston, na Inglaterra.  No Brasil, os primeiros documentos demonstram que em 1949, no Rio de Janeiro, iniciou-se um serviço deste porte ainda que de forma insipiente.

Atualmente, esse segmento já atinge grande parte da prestação de serviços de saúde. Muitos procedimentos já podem ser realizados no domicílio, o que facilita em muito o conforto e qualidade de vida dos indivíduos. Torna-se alentador pensar que há alguns anos atrás as pessoas necessitavam de internações hospitalares para submeterem-se à oxigenoterapia, ventilação mecânica invasiva e não invasiva, dentre outros procedimentos que outrora só se tinha acesso via internação hospitalar e agora, no domicílio, tudo isso é viabilizado. O home care possibilita  a transferência do doente através de ambulância, montagem da estrutura assistencial na residência, administração de medicamentos, realiza alguns exames mais simples ou quando não os faz (em casos de ressonância magnética, tomografia e outros mais específicos) desloca o indivíduo para serviços especializados. O home care veio para ficar, podendo ser adquirido mediante o convênio médico, quando disponibilizado por este, não havendo custos adicionais para sua aquisição. Toda logística deve ficar a cargo da empresa prestadora de serviço.

A equipe de reabilitação, quer seja da área de fisioterapia motora ou respiratória, fonoaudiologia, terapia ocupacional ou nutrição, já fez ou fará parte de algum sistema de home care. Tudo isso, sem contar a assistência de enfermagem que é a base de todo mecanismo organizacional. Há, inclusive, acompanhamento médico clínico semanal em alguns serviços. Muitas enfermidades, agudas ou crônicas, são contempladas dentro do sistema de home care. Dentre as doenças neurodegenerativas destacam-se a esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica, Alzheimer, parkinson, poliomielite e síndrome pós-poliomielite, dentre outras patologias neurológicas. Essas assumem um grande filão na variedade complexa de doenças atendidas pela equipe de assistência domiciliar.

A satisfação que tem um parente ao receber seu ente querido proveniente de hospital em seu domicílio e vê-lo recuperar-se, dia a dia, é imensa. Deve-se reforçar essa possibilidade, mas necessita-se de melhora na qualidade de assistência e, sobretudo, no treinamento continuado da equipe de profissionais. Ainda observam-se situações de despreparo dos profissionais alocados e ainda há um longo caminho a ser percorrido no sentido de legalização dos funcionários e remuneração mais justa. Esse serviço promete para o futuro uma contribuição significativa para com a saúde coletiva.

O que a sociedade espera dos serviços de home care? Qual é a expectativa dos médicos e demais profissionais de saúde em relação aos serviços de assistência domiciliar?

A resposta que contempla a ambos é qualidade de serviço, comprometimento com o doente e sua recuperação, bem como um projeto mais aprimorado no sentido de educação continuada para os colaboradores. Há necessidade de serviços desse porte para as populações mais carentes também. Até o momento, no ranking dos serviços, os provenientes dos convênios lideram com maioria absoluta sobre a parcela de serviços particulares e, menos expressivamente, observa-se a iniciativa governamental.

Os estados e prefeituras poderiam apresentar um planejamento nesse sentido também, pois faltam recursos, mas sobram criatividade e conhecimento em grande parte dos profissionais de saúde, especialmente aqueles pertencentes às universidades que bem poderiam realizar uma força tarefa e propiciar um serviço mais digno às populações carentes. Todo investimento no sentido da vida é bem vindo!

Celiana Figueiredo
Fisioterapeuta

  • Fisioterapeuta formada pela UEPB 
  • Especialista (Fisiologia do Exercício e Cardiologia) 
  • Mestra e com Doutorado em andamento pela UNIFESP-EPM
  • Responsável pelo setor de Fisioterapia Respiratória do Ambulatório de Síndrome pós-poliomielite da UNIFESP-EPM
  • Fisioterapeuta Respiratória do Instituto Giorgio Nicolli e RNA (atualmente)


Um comentário:

  1. A minha irmã teve serviço de home care pelo plano de saúde Assim. Mas o plano de saúde, sendo da prefeitura, não lhe deu direito a tudo que ela precisava. Dia 14 vai fazer 9 meses que ela se foi, vítima de esclerose múltipla e negligência médica

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