Fonte: http://www.rsaude.com.br/londrina/materia/home-care-cuidados-domiciliares/8373 |
Home care, expressão que do inglês significa “cuidar no
lar”, consiste de um serviço de saúde realizado no domicílio com o objetivo de
desospitalização para “hospitalizar em casa”. Nos últimos anos esse tipo de
atividade vem sendo largamente difundido no Brasil e no mundo.
O primeiro
serviço de home care documentado na história data do século XIII a.C., na terceira
dinastia do Egito Antigo. Desde então, os relatos que se sucedem de forma mais
organizada são a partir de 1796, em Boston, na Inglaterra. No Brasil, os primeiros documentos demonstram
que em 1949, no Rio de Janeiro, iniciou-se um serviço deste porte ainda que de
forma insipiente.
Atualmente,
esse segmento já atinge grande parte da prestação de serviços de saúde. Muitos
procedimentos já podem ser realizados no domicílio, o que facilita em muito o
conforto e qualidade de vida dos indivíduos. Torna-se alentador pensar que há alguns
anos atrás as pessoas necessitavam de internações hospitalares para
submeterem-se à oxigenoterapia, ventilação mecânica invasiva e não invasiva,
dentre outros procedimentos que outrora só se tinha acesso via internação
hospitalar e agora, no domicílio, tudo isso é viabilizado. O home care possibilita
a transferência do doente através de
ambulância, montagem da estrutura assistencial na residência, administração de
medicamentos, realiza alguns exames mais simples ou quando não os faz (em casos
de ressonância magnética, tomografia e outros mais específicos) desloca o
indivíduo para serviços especializados. O home care veio para ficar, podendo
ser adquirido mediante o convênio médico, quando disponibilizado por este, não
havendo custos adicionais para sua aquisição. Toda logística deve ficar a cargo
da empresa prestadora de serviço.
A equipe
de reabilitação, quer seja da área de fisioterapia motora ou respiratória,
fonoaudiologia, terapia ocupacional ou nutrição, já fez ou fará parte de algum
sistema de home care. Tudo isso, sem contar a assistência de enfermagem que é a
base de todo mecanismo organizacional. Há, inclusive, acompanhamento médico
clínico semanal em alguns serviços. Muitas enfermidades, agudas ou crônicas, são
contempladas dentro do sistema de home care. Dentre as doenças
neurodegenerativas destacam-se a esclerose múltipla, esclerose lateral
amiotrófica, Alzheimer, parkinson, poliomielite e síndrome pós-poliomielite,
dentre outras patologias neurológicas. Essas assumem um grande filão na
variedade complexa de doenças atendidas pela equipe de assistência domiciliar.
A
satisfação que tem um parente ao receber seu ente querido proveniente de
hospital em seu domicílio e vê-lo recuperar-se, dia a dia, é imensa. Deve-se
reforçar essa possibilidade, mas necessita-se de melhora na qualidade de
assistência e, sobretudo, no treinamento continuado da equipe de profissionais.
Ainda observam-se situações de despreparo dos profissionais alocados e ainda há
um longo caminho a ser percorrido no sentido de legalização dos funcionários e
remuneração mais justa. Esse serviço promete para o futuro uma contribuição
significativa para com a saúde coletiva.
O que a
sociedade espera dos serviços de home care? Qual é a expectativa dos médicos e
demais profissionais de saúde em relação aos serviços de assistência
domiciliar?
A resposta
que contempla a ambos é qualidade de serviço, comprometimento com o doente e
sua recuperação, bem como um projeto mais aprimorado no sentido de educação
continuada para os colaboradores. Há necessidade de serviços desse porte para
as populações mais carentes também. Até o momento, no ranking dos serviços, os provenientes
dos convênios lideram com maioria absoluta sobre a parcela de serviços particulares
e, menos expressivamente, observa-se a iniciativa governamental.
Os estados
e prefeituras poderiam apresentar um planejamento nesse sentido também, pois
faltam recursos, mas sobram criatividade e conhecimento em grande parte dos
profissionais de saúde, especialmente aqueles pertencentes às universidades que
bem poderiam realizar uma força tarefa e propiciar um serviço mais digno às
populações carentes. Todo investimento no sentido da vida é bem vindo!
Celiana Figueiredo
Fisioterapeuta
- Fisioterapeuta formada pela UEPB
- Especialista (Fisiologia do Exercício e Cardiologia)
- Mestra e com Doutorado em andamento pela UNIFESP-EPM
- Responsável pelo setor de Fisioterapia Respiratória do Ambulatório de Síndrome pós-poliomielite da UNIFESP-EPM
- Fisioterapeuta Respiratória do Instituto Giorgio Nicolli e RNA (atualmente)
A minha irmã teve serviço de home care pelo plano de saúde Assim. Mas o plano de saúde, sendo da prefeitura, não lhe deu direito a tudo que ela precisava. Dia 14 vai fazer 9 meses que ela se foi, vítima de esclerose múltipla e negligência médica
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