sábado, 20 de outubro de 2018
sexta-feira, 10 de agosto de 2018
O agosto é laranja
Campanha Agosto laranja Rodoanel - Trecho Sul - KM 74,5 Fotografia: ABCEM |
Embora não seja um vídeo recente, o vídeo que abre este post é de uma sensibilidade ímpar e profundamente assertivo em demonstrar as mil faces da esclerose múltipla.
EM, doença multifacetada, imprevisível e tão incompreendida tantas vezes. Sua sintomatologia tão variada faz com que não existam duas pessoas que a possuam da mesma forma.
Tremores, fadiga, dores, incoordenações, falta de força, desequilíbrios, vertigens, dores, dificuldade de fala, deglutição, audição, alterações visuais, retenções e incontinências urinárias e fecais, são sintomas que atingem pacientes, afetando suas vidas nas mais diversas esferas. Cada um deles traz consequências, uns em menores escalas, outros de formas mais pungentes, mas são os que não são possíveis de serem vistos com um mero olhar os mais incompreendidos de todos.
Como explicar que a fadiga te impede de andar poucos metros quando você parece absolutamente “normal”? Como descrever que, embora você consiga se locomover sem apoio normalmente, muitas vezes necessitará recorrer aos carrinhos motorizados durante um passeio ou compras em shoppings, por exemplo?
Realmente não são tarefas fáceis, muito menos agradáveis de serem realizadas, porém, a única forma de se fazer com que a incompreensão retroceda, é buscando conscientizar o maior número de pessoas possível sobre o que é a esclerose múltipla e o que significa viver acompanhado por ela.
No mês da conscientização sobre a esclerose múltipla, o laranja se faz presente em inúmeras ações pelo país afora. Na verdade, o agosto inteiro vai se pintando de laranja e o trabalho que vem sendo realizado cada vez mais intensamente pelas instituições, pacientes, profissionais e familiares em prol da informação e conscientização acerca da patologia se torna mais visível.
Vamos vivenciando, ano a ano, o quanto pessoas estão envolvidas em prol da causa e se doado para que a EM receba a devida atenção dos diversos seguimentos sociais, para que as pessoas que a possuem possam alcançar melhor qualidade de vida e para que as informações sobre a doença sejam cada dia mais precisas, verídicas e confiáveis.
As associações de pacientes, cada uma a seu modo, se valendo dos recursos que lhes são disponíveis, têm executado um trabalho admirável sob todos os pontos de vista. O #AgostoLaranja de 2017 contou com uma diversidade sem precedentes de eventos com a EM em foco. Em todos as regiões brasileiras algo foi realizado. A mídia precisou voltar seus holofotes à patologia que antes sempre foi tão pouco abordada e, muitas vezes, abordada superficialmente e de forma equivocada. Este ano, não está sendo diferente, a programação dos eventos podem ser acompanhadas no site www.agostolaranja.org.br.
É motivo de orgulho fazer parte de uma família tão especial e, como diz meu amigo Dr. Marco Aurélio Torronteguy, uma família que podemos dizer privilegiada. Privilegiada não por ter a EM como principal elo de ligação, mas por ser uma família que mesmo diante de tantas adversidades não desanima e continua, firmemente, buscando envolver um número infinito de pessoas na árdua tarefa de obter diagnósticos cada dia mais precoces por meio da informação e conscientização.
Tem sido fácil essa caminhada? É óbvio que não, pois entraves sempre existirão, motivos para desistir irão acontecer a cada segundo, no entanto, por outro lado, as razões para que se prossiga sempre serão mais poderosas.
Quero finalizar, parabenizando cada um pelo envolvimento, força e determinação que demonstram a todo momento e por seguir vestindo laranja pela esclerose múltipla!
Bete Tezine
Advogada
Nascida em Santo André, 49 anos, mãe de dois filhos (Carol e Guilherme), advogada, professora de artes plásticas, atual presidente da ABCEM e esclerosada oficial há 78 meses.
quarta-feira, 16 de maio de 2018
Evolução
Fonte: Google imagens/Arquivo pessoal |
Engraçado começarmos a ter
colocações que mais parecem citações de livro de história. Acredito que isso começa
a acontecer quando nos damos conta que passamos daquela marca que normalmente
se diz que é o meio da vida. É evidente que esse conceito pode variar de pessoas
para pessoas, para aquele que acha que poderá viver até os 130 anos, essa marca
de metade da existência só se dará após 65 anos, bem como para quem não acha
que passará dos 80 anos, essa marca começa após os 40 anos.
Embora só agora eu esteja
tocando nesse assunto, já tenho esse conceito comigo desde que completei meus
50 anos. Tudo bem que estou otimista, achando que poderei durar até os 100
anos.
Na verdade, isso somente foi
uma introdução àquilo que realmente quero demonstrar, que é a evolução que
acompanhei desde quando me lembro da primeira vez que ouvi, ou melhor, li a
respeito do que fosse esclerose múltipla.
Isso ocorreu quando eu contava
por volta de 20 anos e li a respeito da violoncelista Jacqueline Du Pré, na
época sem nenhum grande interesse, até o momento em que eu fui diagnosticado
como paciente de esclerose múltipla. Daquela primeira vez que tive contato com
a esclerose múltipla até os dias de hoje parece-me que assisti uma caminhada
em que, do total desconhecimento e estranheza que ocasionava a simples menção da
esclerose múltipla, ao patamar que hoje nos encontramos no qual, ainda sem todos
os esclarecimentos que devemos dar à sociedade, já encontramos um nível muito
maior de informações, indicações de tratamento, arsenal medicamentoso,
diagnósticos mais céleres e também a evolução das terapias complementares, tão
necessárias na recuperação das sequelas ocasionadas pela exacerbação da
esclerose múltipla, durante os períodos de surto.
Naquele começo eu contava
somente com as pulsoterapias, famoso solumedrol, e com minhas tabelas de
corticoides para amenizar os começos de surto. Do susto que tomei quando me
informaram que havia um remédio em uso nos Estados Unidos que ajudava a retardar
o caminhar da esclerose múltipla, pelo qual eu teria que pagar alguma coisa em
torno de U$10.000 por mês para poder fazer esse tratamento, da indicação, pelo
meu médico, de uma alternativa que era o tratamento através de um
imunossupressor, azatioprina, que embora custasse por volta de R$ 500 mensais,
havia a dispensação do mesmo pelo SUS.
Lembro-me também de ter estado na Santa Casa de São Paulo, no
CATEM, passando pela triagem daqueles que poderiam estar iniciando o tratamento
com a nova droga que chegava ao Brasil, de ter sido escolhido naquela triagem e
por ainda estar achando que continuava sendo uma pessoa que contava com plano
de saúde executivo, com direito a tudo que tinha de mais moderno na medicina, disse
para minha esposa que não ficaria ali porque me sentia como um animal sendo
escolhido para testes em um laboratório.
Hoje, com o conhecimento que
tenho da doença e de toda a evolução que esses tratamentos trouxeram para os pacientes,
não hesitaria um só segundo para ter o tratamento feito lá. A partir desse episódio
minha vida foi um grande carrossel cheio de altos e baixos e muita emoção.
Passei pelo fato de achar que estava tendo um surto quando na verdade tudo que sentia
devia-se a existência de um tumor na minha coluna.
Ajudei a fundar uma
associação, passei a ter meu tratamento feito no Hospital das Clínicas de São
Paulo, iniciamos todo um trabalho de parceria com as Universidades e faculdades
de Mogi das Cruzes. Nossa associação começou a fazer parte da FEBRAPEM, da qual
me tornei presidente a partir de 2007, participei na primeira gestão do
Conselho Municipal dos Assuntos da Pessoa com Deficiência de Mogi das Cruzes, fiz
parte de um grupo de trabalho no Ministério da Saúde, de 2010 a 2012, que elaborou
juntamente com o Ministério da Saúde a portaria que regula o tratamento de doenças
raras no Brasil. A partir de 2012 passei a integrar também o CONADE - Conselho
Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Em todos esses anos, assisti à
revolução do conhecimento a respeito da esclerose múltipla. Os lançamentos de
diversos fármacos cada dia mais traz esperança de que em breve teremos algum
medicamento que poderá brecar de vez a evolução da doença ou quem sabe, no
futuro, até mesmo evitar que a mesma venha se manifestar.
Participei nesses tempos de pelo menos quatro programas da TV aberta, dando visibilidade, participando de
rodas de conversa, como no programa Sem Censura, de entrevista como o programa
Mulheres ou em matérias que foram ao ar durante jornais diários nas TVs. Assisti
ao surgimento de pessoas públicas que expuseram estar com esclerose múltipla.
Acredito que hoje em dia, caso
vá fazer uma palestra em uma faculdade, já não corro o risco de alguém
perguntar para minha esposa, enquanto eu estava fazendo a palestra, se eu saia
pelado na rua, ao que ela respondeu que sim, porém não por causa da doença e
sim porque eu gostava.
Acredito que daqui para frente
esclerose múltipla deixará de ter a conotação de doença que afeta a parte
cognitiva ou ainda que seja uma doença de velhos. Ela pode ser uma doença de
velho porque sem dúvida nenhuma, pelo menos pela idade, eu já sou. Acredito que
de espírito ainda demorará muito tempo para que eu possa atingir a velhice.
Até o próximo mês e não esqueçam
que o dia 30 de maio é o dia Mundial da Esclerose Múltipla.
Abraços!
Wilson Gomiero
Conselheiro do CONADE
Vice-presidente do GATEM
Delegado da AFAG
Vice-presidente do GATEM
Delegado da AFAG
Wilson Gomiero foi o primeiro presidente do Grupo do Alto Tietê de Esclerose Múltipla (Gatem), entidade oficializada em 2002, que contava com doze pacientes. Em 2004, com 28 pacientes, conseguiu do governo estadual uma sala para ser usada como sede e para atendimento de pacientes. Conquistou parcerias com laboratórios fabricantes de medicamentos. Em 2005, a Prefeitura de Mogi das Cruzes possibilitou a locação de uma residência para a sede do Gatem. Em 2006, atendia 64 pacientes na nova sede. O Gatem passou a promover anualmente um simpósio para estudantes e profissionais das áreas de fisioterapia, psicologia e neurologia com o objetivo de informar e conscientizar sobre a esclerose múltipla e outras doenças raras do sistema nervoso central.Foi presidente do Conselho Municipal dos Assuntos da Pessoa com Deficiência de Mogi das Cruzes (2002 a 2006); presidente da Federação Brasileira de Associações Civis de Portadores de Esclerose Múltipla (Febrapem) (2008-2011); integrante da Comissão Organizadora da II Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência; co-autor do Manual para Criação de Conselhos Municipais, lançado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; membro da Comissão de Orçamento e Finanças do CONADE (2013-2014). É membro do Grupo de Trabalho para Elaboração de Políticas para Atendimento a Doenças Raras (desde 2011), membro da Comissão de Implementação das Políticas para Habilitação e Reabilitação da Pessoa com Deficiência e conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), em Brasília, como representante de todos os Conselhos Municipais do Brasil. Ativista e defensor dos direitos das pessoas com deficiência, especialmente dos portadores de esclerose múltipla e de doenças raras, Gomiero atua no grupo de trabalho do Ministério da Saúde, que produziu pela primeira vez na história do Sistema Único de Saúde (SUS), uma Política Nacional de Cuidados à Saúde para Pessoas com Doenças Raras e, também, no Plano de Ação para Saúde das Pessoas com Deficiência (2014/2021) da Organização Mundial de Saúde (OMS). Vice-presidente do GATEM. Delegado da AFAG.
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quarta-feira, 25 de abril de 2018
Qual o seu limite?
Fonte: Google imagens |
Qual o seu limite? Essa é uma
pergunta muito complexa e com diversas variáveis. Noto que nem sempre o que
funcionou hoje pode ser aplicado amanhã ou é similar para todos que lidam com
o mesmo diagnóstico.
Às vezes para um
"esclerosado" é necessário um dia de repouso para fazer uma atividade
simples, um passeio ou sair para resolver questões ligadas ao tratamento.
Acredito que um
sentimento comum entre os que lidam com a EM é que quando não conseguem sair de
suas camas, concretizarem suas tarefas ou afazeres, essa inércia
impacta de forma conflitante e não é nada fácil lidar com tal condição.
Realizei essa
indagação no grupo para outros colegas. A seguinte resposta foi descrita: também sinto o mesmo, mas é fundamental aceitar e não remoer que é pior.
É desafiador não
pensar sobre, principalmente quando mora-se sozinha como no meu caso, outros
quando possuem uma família para cuidar...enfim, cada um sabe onde esse limite
surge e interfere.
Diariamente, tenho
que repensar esses questionamentos, pois tinha a visão que ficar parada era um desperdício de tempo e algo
relacionado à inutilidade. Fora que nessas ocasiões aumenta a ansiedade para resolver inúmeras
questões.
A aparência ou até
mesmo limitações por alguma sequela dos surtos nem sempre podem ditar o seu
limite, mas adaptar-se de forma constante e perceber que podemos ocupar ou
encontrar uma solução nesse tempo, seja com uma atividade que esteja acessível, pois é essencial desenvolver novas habilidades.
Jennifer Araujo
Bacharel em Comunicação Social - produção editorial, apaixonada por música, viagens, teatro e fotografia. Diagnosticada com esclerose múltipla desde 2013.
sexta-feira, 13 de abril de 2018
Na esclerose múltipla é necessário recarregar
Fonte: Google imagens |
Estes dias estava muito cansada, só que ao mesmo tempo eu estava agitada, então, não me rendi, fui arrumar algumas coisas da casa. Depois fiquei me perguntando, por que inventei de mexer na casa, ao invés de descansar? Pra ficar ainda mais cansada?
Eu não costumo ser assim, porém, muitas pessoas entram em contato comigo e me contam que tem um problema sério de não conseguir parar para descansar. Ficam se sobrecarregando e não conseguem se dar um tempo de relax.
Bem, antes de ter a EM como companheira, só parava pra descansar quando estava realmente exausta, fazia 3 turnos de obrigações e depois ainda ia passear. Até que o descanso foi forçado, veio a EM e tive que aprender a descansar.
Não sei vocês, só que eu me comparo a um celular que a partir da sua recarga de bateria, já está sendo consumida. No nosso caso, nos cansando. Portanto, nada mais esperado que devemos nos recarregar sempre.
Ter um tempo apenas para isso, para a gente não fazer nada, absolutamente nada, apenas ficar de "pernas pro ar", de preferência deitados num local confortável e sem ninguém pra ficar nos julgando, falando que somos moles, preguiçosos, que numa hora tá saltitante dançando na balada, mas na outra tá "morrendo". Realmente não precisamos de gente assim ao nosso lado.
Eu aprendi a não me incomodar mais, se estou "morrendo" vou pro meu canto e fico quietinha, quando preciso sair, aviso aqueles que estão comigo que a minha bateria está no fim.
Outro mesmo me senti um perfeito celular, na verdade o meu próprio, que já está com problema e perdendo muito rápido a bateria. Fui ao banco para fazer meu recadastramento do Estado, para poder receber meu pagamento, então caí na besteira de não pedir a senha preferencial porque o atendente já foi me dando a senha, dizendo que seria mais rápido. Uma hora e quarenta minutos de espera, eu já estava zonza, com as pernas fracas e um pouco de tremedeira, trocentas pessoas que chegaram depois de mim passaram na minha frente. Percebi que eu estava começando a me sentir mal, então perguntei pra moça sentada no caixa se eu podia trocar a senha porque tinha direito ao preferencial e não estava me sentindo muito bem. Confesso que foi a primeira vez que o atendimento do banco comigo não foi favorável, ela nem deu bola e mandou que eu fosse ao primeiro andar trocar de senha. Nossa, pensei: entrar e sair desse banco foi um sufoco por causa da porta giratória. No desespero, de ter que ir até o primeiro andar e voltar, confiei minha bolsa a uma senhora na cadeira de espera e fui. Chegando lá, expliquei tudo a outra senhora do banco que me disse que a moça do caixa poderia priorizar o meu atendimento e eu já sabendo disso respondi que ela não quis, foi aí que essa senhora me disse pra lhe entregar o meu documento que ela faria o meu recadastramento, só que minha bolsa estava no terceiro andar. Afff, tive que voltar no terceiro andar e voltar para o segundo, ainda bem que tudo de elevador, senão, acho que não conseguiria, era um dia que minha bateria já marcava 20% e só ali gastei pelo menos 11%, só sentada esperando.
Costumo dizer que só de eu estar acordada, já estou consumindo bateria. Claro que há dias que nem eu mesma acredito tantas coisas que aguentei fazer. Só que tem os dia que só de levantar e me trocar, já deu, esgotou.
Por isso que digo que temos que aprender a descansar, descansar sem culpa, sem peso na consciência, apenas sermos livres para descansar.
E com vocês? Também se sentem um celular, perdendo bateria a cada hora do dia?
Vou deixando vocês por aqui! Mil beijinhos e até o próximo post...
Fabi
Eu me chamo Fabiana Dal Ri Barbosa, mas me chamam de Fabi. Tenho o blog A vida com Esclerose Múltipla desde 2009, onde trocamos experiências e conhecemos algumas novidades relacionadas à EM.
Sou uma pessoa que não vive sem música, se sente feliz na maioria dos dias, pira de vez em quando por pensar demais, é preocupada demais também, mas apaixonada. Amo escrever, assistir filmes, estudar francês, piano, canto e Teatro.
segunda-feira, 9 de abril de 2018
Oh dia! Oh vida! Oh azar!
Fonte: Google imagens |
Na minha infância e adolescência, havia um
desenho animado na televisão que retratava um par de amigos, sendo um leão e
uma hiena. A característica marcante do leão era de ser um otimista insuperável,
mas ou menos como aquela pessoa que ganha uma lata de esterco e sai procurando
o cavalo. Já a hiena era um daqueles pessimistas que acredita que tudo de ruim
deve acontecer com ele, parecendo aquela pessoa que ganhou uma bicicleta e sai
pensando no tombo. Logicamente, era um estereótipo exagerado que visava mostrar
as reações humanas quando enfrentam algum problema.
Posso afirmar para vocês que já
estive nos dois papéis durante a minha vida. Em determinadas ocasiões eu era
uma perfeita hiena, prevendo os desastres que poderiam acontecer comigo, fosse
no campo pessoal, profissional, amoroso e até mesmo no campo esportivo.
Lembro-me de que quando comecei minha vida profissional em uma empresa e no
segundo mês que lá eu estava ouvi um comentário na rádio peão (nome dado à central de boatos que habitam uma empresa) sobre um corte de pessoal que
haveria no mês seguinte, lá fui eu para casa pensando que teria que tentar
conseguir outro emprego e já me desesperando por ter feito algumas compras, desde
aquela época já a crediário, pensando em como faria o pagamento das prestações. Foram algumas noites de sono conturbado para, no final, verificar que
simplesmente era uma adequação no quadro de funcionários da linha de montagem,
tendo havido transferência de funcionários para outras áreas que possuíam
necessidade de aumento de quadro.
No outro extremo, quando se
tem uma visão super otimista do que pode ocorrer também ficamos vulneráveis. Lembro-me
de que na época que isso aconteceu, a grande onda do momento era a loteria
esportiva e os resultados que eram vinculados pelo Fantástico com a famosa zebrinha.
Estávamos em um domingo à noite na casa de uma colega em um daqueles famosos
bailinhos onde um grupo de amigos e amigas reuniam-se na casa de algum deles,
colocávamos discos nas famosas vitrolas e passávamos algumas horas dançando.
Pois bem, naquela noite estávamos no bailinho, eu, meu irmão e mais quatro
colegas e havíamos feito um jogo da loteria esportiva. Quando começou o anúncio
dos resultados começamos a nos entusiasmar pois estávamos acertando todos os prognósticos,
por último, no jogo em que havíamos colocado vitória de um time sem nenhuma
expressão sobre um dos grandes times brasileiros, apareceu a zebrinha e nós
havíamos feitos 13 pontos. Saímos e fomos diretamente
para uma lanchonete da cidade para comemorar o fato de estarmos ficando
milionários. No dia seguinte, a primeira providência foi olhar o jornal para ver
o número de acertadores e a enorme quantia que estaríamos colocando no bolso. Haviam
acertados os 13 jogos dez mil e duzentas e poucas pessoas, sendo que a cada
uma delas destinaram-se um total de, a dinheiro de hoje, algo em torno de R$ 200,00
e como havíamos feito o jogo em seis pessoas, cada um de nós recebeu aproximadamente
R$ 33,00.
Dessas experiências fui
tirando as lições para todo o resto que acontece nas nossas vidas. Temos o
hábito de sofrer por antecipação ou então ficar eufóricos por achar que nos
daremos bem ou teremos um resultado favorável naquilo que fazemos ou que sentimos.
Aprendi a não antecipar resultado daquilo que me acontece, não significando
isto que eu não planeje ao menos aquilo que faz parte dos meus objetivos. Aprendi
também que pessoas que somente reclamam da vida, das coisas que lhe acontecem,
que se lamuriam até mesmo pelos momentos felizes que não significarão tudo que
eles queriam somente conseguem afastar de si as pessoas que com elas convivem
e que poderiam, de alguma forma, contribuir para um resultado mais agradável
naquilo que querem fazer.
Otimismo exagerado também
afasta pessoas de nosso círculo, pois muitas vezes somos considerados esses
insensatos que não tomam um cuidado necessário para realizar qualquer coisa.
Embora muita gente diga que as pessoas que procuram o equilíbrio entre os dois
extremos sejam consideradas como pessoas sem opinião ou, usando uma metáfora
utilizada na política, ficam em cima do muro, continuo acreditando que a melhor
condição para qualquer ser humano é tender ao centro.
Voltando aos nossos dois
personagens do início, procure sempre que possível chorar no particular e
gargalhar em público. Tenho certeza que você conseguirá ser muito mais feliz
agindo dessa forma.
Abraços e até o próximo mês!
Wilson Gomiero
Conselheiro do CONADE
Wilson Gomiero foi o primeiro presidente do Grupo do Alto Tietê de Esclerose Múltipla (Gatem), entidade oficializada em 2002, que contava com doze pacientes. Em 2004, com 28 pacientes, conseguiu do governo estadual uma sala para ser usada como sede e para atendimento de pacientes. Conquistou parcerias com laboratórios fabricantes de medicamentos. Em 2005, a Prefeitura de Mogi das Cruzes possibilitou a locação de uma residência para a sede do Gatem. Em 2006, atendia 64 pacientes na nova sede. O Gatem passou a promover anualmente um simpósio para estudantes e profissionais das áreas de fisioterapia, psicologia e neurologia com o objetivo de informar e conscientizar sobre a esclerose múltipla e outras doenças raras do sistema nervoso central.Foi presidente do Conselho Municipal dos Assuntos da Pessoa com Deficiência de Mogi das Cruzes (2002 a 2006); presidente da Federação Brasileira de Associações Civis de Portadores de Esclerose Múltipla (Febrapem) (2008-2011); integrante da Comissão Organizadora da II Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência; co-autor do Manual para Criação de Conselhos Municipais, lançado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República; membro da Comissão de Orçamento e Finanças do CONADE (2013-2014). É membro do Grupo de Trabalho para Elaboração de Políticas para Atendimento a Doenças Raras (desde 2011), membro da Comissão de Implementação das Políticas para Habilitação e Reabilitação da Pessoa com Deficiência e conselheiro do Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência (CONADE), em Brasília, como representante de todos os Conselhos Municipais do Brasil. Ativista e defensor dos direitos das pessoas com deficiência, especialmente dos portadores de esclerose múltipla e de doenças raras, Gomiero atua no grupo de trabalho do Ministério da Saúde, que produziu pela primeira vez na história do Sistema Único de Saúde (SUS), uma Política Nacional de Cuidados à Saúde para Pessoas com Doenças Raras e, também, no Plano de Ação para Saúde das Pessoas com Deficiência (2014/2021) da Organização Mundial de Saúde (OMS).
quarta-feira, 4 de abril de 2018
Aceitação
Fonte: Google imagens |
Aceitação não é desistir, não
é comodismo, não é relaxar dentro de uma situação que não está bem.
Aceitação não é piada, não é
fraqueza!
Isso vale para a Esclerose
Múltipla e tantas outras situações em nossa vida.
Aceitação é consciência. É consciência, é entendimento, compreensão.
Quando entendo o que está acontecendo comigo do ponto de vista orgânico, mental e emocional, posso
compreender os processos que estou vivendo e, assim, sair da posição de
vítima e participar do processo de melhora, de recuperação mesmo que o corpo precise de
tempo, um tempo que temos resistência a dar porque a dor tende a ser evitada
a qualquer custo, mas, sem ela, não saberíamos o quanto estamos
"doentes". Estamos, e não, somos doentes, esta é a diferença.
Você é portador de uma doença,
mas isto não te define enquanto pessoa. Não se esqueça disso!
Aceitar é conhecer, se
envolver no processo da administração do problema e junto com outros,
encontrar soluções, melhores formas de viver com o problema.
Aceitar que está passando por um
período difícil na vida, uma depressão ou um "surto", também é
necessário.
Aceitar o luto, a tristeza,
a limitação pode ser como um grande trampolim de onde virá o salto que
trará força e uma consciência mais ampliada de quem você é, de novas
capacidades adquiridas, de um grande aprendizado pelo qual você descobre que é mais
forte e melhor do que imaginava!
Grande abraço!
Luiza Donegá
Psicóloga
Luiza B. Donegá , formada em Psicologia há 25 anos e desde então atendendo na área clínica em consultório particular e em algumas instituições, atualmente, na Casa da Esperança de Santo André . Trabalha com pessoas, para que elas conheçam suas potencialidades e as desenvolvam da melhor maneira, focando as suas limitações para que , sejam elas quais forem, não as impeçam de ter qualidade de vida, dignidade e respeito. Diretora Técnica Adjunta da ABCEM.
terça-feira, 27 de março de 2018
O suicídio mora ao lado
Fonte: Google imagens |
Setembro é o mês em que a prevenção ao suicídio é enfocada com mais ênfase, trata-se do "setembro amarelo". Todavia, esse é um assunto que deve receber a mesma atenção durante o ano inteiro, principalmente no que diz respeito aos adolescentes, pois é alarmante o
número de pessoas desta faixa etária que tentam o suicídio todos os dias no Brasil e no mundo. É preciso criar um alerta! Essa geração precisa ser
socorrida, mas infelizmente, o rótulo “ABORRECENTE” ainda é unânime dentro da
nossa sociedade. Quem nunca proferiu ou ouviu as típicas frases: “No
meu tempo não era assim!”; “Uma bela surra resolve!”; “Isso é falta
do que fazer!”; “Quem quer se matar
se mata!”? Na realidade quem quer se matar não quer morrer e, sim,
aliviar sua dor. Acredito que muitos
podem estar se perguntando mas que
dor, se ser adolescente é a melhor fase da vida? Trata-se de um mero engano,
pois ser adolescente nos dias de hoje é um grande desafio.
A adolescência é a fase que
marca o fim e o começo, fase na qual predominam as dúvidas, as descobertas e as
escolhas que podem influenciar drasticamente seus destinos. Então, afinal, o
que se deve escolher?
Essas escolhas só podem ser
feitas por meio de vivências, mas o que pensar quando não se tem liberdade ou,
muitas vezes, tem liberdade demais?
Conflitos passam a fazer parte
do cotidiano junto com a sensação de incompreensão. O documentário Pro dia Nascer Feliz e o artigo de Sergio Ozella, Adolescência: uma perspectiva crítica, retratam com maestria a fase em que se depara com um mundo onde se cobra muito e não se
doa com a mesma equivalência.
Os adolescentes contemporâneos vivem um
período no qual a palavra “LIMITE” está em desuso. Eles conhecem o sim e o não,
porém de forma inexplicada. Têm o mundo às suas mãos por meio da tecnologia, apesar
do pouco conteúdo educativo e informativo.
Hoje, alguns pais estão usando
a tecnologia para filmar os castigos aplicados como disciplina e, do outro
lado, pais aplaudindo e tomando como exemplos sem levar em conta o impacto que
estas exposições podem gerar. Educar requer limites, pois pode resultar em algo
inverso.
Pais,
escolas e Poder Público não estão preparados para conceber os adolescentes que
nascem todos os dias. Olhares lançados quando eram crianças foram substituídos
por olhares que os fazem perder a inocência. Com isso, novas aparências, novos
desejos, novos desafios em conjunto com tantas transformações vêm de encontro ao
desequilíbrio e, na maioria das vezes, à instabilidade emocional e psíquica.
As
bases fornecidas aos adolescentes são as que irão fazer a diferença e elas são
fundamentais para que se sintam seguros para explorarem as descobertas e para a
aquisição de conhecimentos. Infelizmente, a realidade que vemos hoje é uma
grande falta de estrutura para garantir que nossos adolescentes construam seus
próprios alicerces. Essa é a fase em que os valores estão sendo revistos, é o
momento em que passam a formar as próprias opiniões, período este que recebeu o
nome de rebeldia. A família, assim como a sociedade e o Poder Público
necessitam se preparar para acolherem estes adolescentes, dando a eles o
suporte necessário para que cheguem à fase adulta com uma personalidade regada
de valores éticos e caráter com princípios morais sólidos e incontestáveis.
Quando os pais não estão preparados para compreenderem e dar suporte, existe a
grande probabilidade de ser o momento decisivo para os conflitos ganharem seus
papéis. Um pai e uma mãe que têm seus instintos protetores altamente
evidenciados, esquecem que também foram adolescentes e passam a entrar em uma
guerra alucinante, tentando encontrar naquele adolescente a sua criança meiga e
participativa que exaltava seus pais como seus heróis. Esses pais por vezes
deixam de enxergar seu próprio filho, para enxergarem um ser rebelde e
desobediente. Na contramão existem os pais totalmente submissos aos filhos,
permitindo que eles estejam no comando de suas próprias vidas sem nenhum
discernimento e base constituída. Não podemos esquecer-nos dos adolescentes que
hoje vivem nas ruas sem nenhuma chance de acesso à educação, totalmente
entregues, por vezes, ao uso de substâncias tóxicas, onde o crime vive em
paralelo.
Infelizmente,
é raro ver adolescentes mantendo uma relação
saudável com seus pais e com a sociedade. Fato lamentável em um período em que
eles mais precisam de atenção, pois nada ainda é definitivo para os adolescentes, tudo é
incerto e eles ainda não estão preparados para enfrentarem as mudanças físicas
e emocionais que virão pela frente. Estima-se, segundo pesquisas feitas por
várias universidades brasileiras e financiadas pelo Governo Federal, que 1 (um)
entre cada 3 (três) adolescentes estejam sofrendo de transtornos mentais. É
impossível não se perguntar: “o tratamento vai de encontro às necessidades
particulares de cada um?” “A família recebe o suporte necessário para aprender
a lidar com os problemas?” A resposta para tantos questionamentos é não! Desse
modo, estamos diante de um problema que já se pode denominar como epidemia e não existem ações que visem a minimização dos danos que os distúrbios emocionais acarretam nas personalidades desses adolescentes e também não existem políticas de inserção suficientes que lhes propiciem oportunidades para trilharam um caminho que os matenham longe da criminalidade. Nesse sentido, o filme Querô retrata muito bem que a
falta de oportunidades, em muitos casos, é fator determinante para que muitos adolescentes sejam empurrados para a marginalidade.
Falando
dos adolescentes que não fazem parte deste contexto, mas que estão adoecidos
emocionalmente e muitos deles sofrendo de doenças crônicas como a Esclerose
Múltipla, entre tantas outras patologias, ao contrário do que é imaginado pelos
adultos, eles precisam de apoio, compreensão e respeito, estão passando por
transformações e cabe à sociedade entender, compreender e apoiar cada uma das
suas necessidades. Mesmo que num primeiro momento o adolescente se mostre
contra, ainda assim é competência do adulto ter os subsídios para dar o suporte
necessário.
Finalizo esse texto
com a ânsia de provocar uma reflexão e idealizando que as estatísticas possam, num
futuro breve, nos mostrarem que o suicídio está sendo erradicado e que esses
adolescentes recebam o suporte necessário para que adquiram capacidade de
desenvolverem condições para lidarem com as frustrações advindas na fase da vida
adulta.
Vilma Prado
Estudante de psicologia. Saiu em busca do autoconhecimento e aprendeu que sua felicidade depende apenas dela mesma. Libertação, superação e determinação a definem.
quarta-feira, 21 de março de 2018
EM e a Febre Amarela
Fonte: http://www.ederluiz.com.vc/secretaria-de-saude-de-joacaba-orienta-sobre-vacina-contra-febre-amarela/ |
Começo perguntando: você portador da Esclerose
Múltipla tomou a vacina contra a febre amarela? Como todos sabemos, desde o fim
do ano passado, um surto da doença assusta, principalmente, moradores da região
Sudeste, com a morte de pessoas infectadas pelo vírus. Com a situação, o governo
iniciou campanhas de vacinação em postos de saúde, mas a dúvida sobre a EM e a
febre amarela ainda deixou pessoas com a doença com esta pergunta em mente: OS
PORTADORES DE ESCLEROSE MÚLTIPLA PODEM TOMAR A VACINA?
Até já pergunto se alguém já tomou, se teve reação, ou
percebeu algo estranho. Contem aí!!!!
Então, eu realmente fiquei em dúvida desde novembro,
pois moro próximo ao Horto Florestal (região Norte da cidade de São Paulo), onde dois
macacos foram encontrados mortos picados pelo mosquito e fiquei desesperada,
pois tomo o BetaInterferon (3 vezes na semana), mas ao mesmo tempo precisava
tomar a vacina já que a situação na região estava feia, fora que acompanhava notícias,
só aumentava o número de casos e pessoas morrendo.
Sei que é uma situação que requer cautela e conversar
com o médico é fundamental, então, entrei em contato com a médica, e ouvi: “não
indico tomar a vacina, use repelente, fica a decisão do paciente”. Aí você
escuta isso, vê algumas pessoas que são portadores da doença que tomaram
normalmente e não tiveram nada e fica pensativa, porque deixei claro que moro
em uma região de risco. Mas não tomei, estou usando repelente, cubro mesmo todo
o meu corpo duas ou três vezes no dia, evito parques, e até áreas verdes, mas
mesmo assim às vezes dá vontade de tomar a vacina rsrs.
Finalizando, se você como eu não tomou a vacina fique calmo,
reforce as medidas de proteção: use repelente diariamente, não use perfumes em
locais de muita mata, use roupas claras e vai ficar um pouco mais tranquilo como eu.
Ainah Carvalho
Jornalista
Jornalista, 23 anos, apaixonada por futebol, pelo Corinthians e shows de pagode. "Tenho Esclerose Múltipla, mas posso ter uma vida normal."
sexta-feira, 16 de março de 2018
Momentos com esclerose
Fonte: Google imagens |
Em algum momento, talvez até mais de
uma vez, já ouvimos comentários ao falarmos sobre a doença, que é um ato de se
fazer de vítima e gostar de contar história triste. Chegamos até a
questionar se realmente somos impertinentes com os demais e conosco. Mas, antes
de resolver escrever e até falar sobre o diagnóstico, existe um longo processo de
aceitação que todo esclerosado teve/tem ou terá que lidar em algum momento.
Para aqueles que enfrentam oscilações de sintomas e efeitos colaterais, seja
tanto da doença como provenientes da medicação, os momentos que conseguimos
sair e, apesar de tudo, procurar ter uma qualidade de vida, são valiosos.
Outro desafio é a dualidade que comparo com o ato de recarregar uma bateria. É
necessário exercitar-se para que o polo positivo seja superior, mantendo
atitudes positivas e equilibradas, combatendo o que seria o outro polo que
tenta te arrastar para todo tipo de negatividade.
Inúmeras indagações surgem e quase sempre ecoa em meus pensamentos o trecho da
música "Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que
passou". Morremos um pouco a cada dia, precisamos adaptar muitas coisas (o
que dói mais até que uma dor física). INFELIZMENTE já não temos todo o tempo do
mundo. Mas, na verdade, NINGUÉM o tem... E, então, precisamos manter a mente
positiva para não sermos engolidos ou devastados.
Penso que a EM não é só invisível aos olhos de quem nos observa, mas nos deixa
em uma situação solitária por ser muito particular. A fotografia representa
bem a frase: "invisível aos olhos, mas não significa que deixamos de
sentir". Ela registra os momentos que prosseguimos, mas somente nós
sabemos como está o nosso interior. A realidade sem filtro ou curtidas, é o
momento que você está sozinho consigo e inexiste uma situação mais concreta que
essa. Ninguém presente e mesmo que estivesse não poderia sentir, em sua
totalidade, o seu estado de esgotamento e exaustão. Você não pode e, raramente, alguém vai parar
sua vida por alguém. Cada um busca construir a sua realidade, seus sonhos e
correr atrás dos seus objetivos. Por isso notei o quanto é importante manter
pessoas positivas ao nosso redor e ter atividades que nos façam sair do foco
deste processo complexo a que somos submetidos, diariamente.
Jennifer Araujo
Bacharel em Comunicação Social - produção editorial, apaixonada por música,
viagens, teatro e fotografia. Diagnosticada com esclerose múltipla desde 2013.
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