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Em algum momento, talvez até mais de
uma vez, já ouvimos comentários ao falarmos sobre a doença, que é um ato de se
fazer de vítima e gostar de contar história triste. Chegamos até a
questionar se realmente somos impertinentes com os demais e conosco. Mas, antes
de resolver escrever e até falar sobre o diagnóstico, existe um longo processo de
aceitação que todo esclerosado teve/tem ou terá que lidar em algum momento.
Para aqueles que enfrentam oscilações de sintomas e efeitos colaterais, seja
tanto da doença como provenientes da medicação, os momentos que conseguimos
sair e, apesar de tudo, procurar ter uma qualidade de vida, são valiosos.
Outro desafio é a dualidade que comparo com o ato de recarregar uma bateria. É
necessário exercitar-se para que o polo positivo seja superior, mantendo
atitudes positivas e equilibradas, combatendo o que seria o outro polo que
tenta te arrastar para todo tipo de negatividade.
Inúmeras indagações surgem e quase sempre ecoa em meus pensamentos o trecho da
música "Todos os dias quando acordo, não tenho mais o tempo que
passou". Morremos um pouco a cada dia, precisamos adaptar muitas coisas (o
que dói mais até que uma dor física). INFELIZMENTE já não temos todo o tempo do
mundo. Mas, na verdade, NINGUÉM o tem... E, então, precisamos manter a mente
positiva para não sermos engolidos ou devastados.
Penso que a EM não é só invisível aos olhos de quem nos observa, mas nos deixa
em uma situação solitária por ser muito particular. A fotografia representa
bem a frase: "invisível aos olhos, mas não significa que deixamos de
sentir". Ela registra os momentos que prosseguimos, mas somente nós
sabemos como está o nosso interior. A realidade sem filtro ou curtidas, é o
momento que você está sozinho consigo e inexiste uma situação mais concreta que
essa. Ninguém presente e mesmo que estivesse não poderia sentir, em sua
totalidade, o seu estado de esgotamento e exaustão. Você não pode e, raramente, alguém vai parar
sua vida por alguém. Cada um busca construir a sua realidade, seus sonhos e
correr atrás dos seus objetivos. Por isso notei o quanto é importante manter
pessoas positivas ao nosso redor e ter atividades que nos façam sair do foco
deste processo complexo a que somos submetidos, diariamente.
Jennifer Araujo
Bacharel em Comunicação Social - produção editorial, apaixonada por música,
viagens, teatro e fotografia. Diagnosticada com esclerose múltipla desde 2013.
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