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"Hoje sei que dá pra
renascer várias vezes nessa mesma vida. Basta desaprender o receio de
mudar!"
Martha Medeiros
Você era como quase todos os seres
humanos existentes no mundo, acreditava que nada de ruim aconteceria a você.
Nunca seria atingido por um raio, não cairia um avião na sua cabeça, porém um
dia você se vê, mesmo sem enxergar, à frente de um diagnóstico com nome horroroso,
esclerose múltipla, e toda sua família desesperada, chorando sem parar e você, sem
entender nada, conclui que é uma doença e pergunta: tem o que fazer? E a
resposta sendo positiva, não se abate e toca a vida pra frente, fazendo tudo
que é necessário.
O que faz com que sua família
se surpreenda, te admire, se orgulhe, acredite que você é uma fortaleza em
pessoa. Contudo, faz a ideia de que você suporte mais do que os outros possam
suportar.
Talvez, essa tenha sido a
maneira que encontrei de proteger as pessoas que amo e se preocupam comigo.
Mas, também, sempre fui daquelas que se têm algum problema não gostam de ficar o
remoendo. Se tem solução, preciso resolvê-lo.
No caso da EM, a primeira
coisa que eu desejava, na época, era voltar a enxergar e foram dois surtos no
mesmo olho. Fiquei praticamente 6 meses sem conseguir enxergar. O olho esquerdo
via tudo turvo e o direito com grande sensibilidade à luz, não tirava os óculos
escuros por nada.
Tinha a experiência de que se eu
pegasse uma doença, era só tomar um remedinho e pronto, estaria resolvido.
Porém naquele caso a situação não era bem assim. Não era apenas tomar um
remedinho e estaria curada.
Essa doença não tem cura, é
crônica, progressiva e autoimune. Nossa, essa é complicadinha!!!!
Portanto, a ficha foi caindo e
fui aprendendo a conviver com a EM.
Embora só nós saibamos o que
se passa conosco, com o convívio e com o amor que a família nos tem, com a
amizade dos amigos, eles conseguem nos ajudar e nos compreender quanto aos
sintomas da EM. Mas, infelizmente, eles não podem imaginar o turbilhão de
pensamentos e frustrações que se passam por nossas mentes e quanto à isso você
deve se mostrar sempre forte, aquela fortaleza que sobreviveu à tudo!
Aquela sensação de que não
posso falhar.
E depois, na verdade, nem sei o
que seria falhar, e a quem falhar...
Talvez exija demais de mim? Me
compare com outras pessoas?
Sempre estou conversando com
outros pacientes e fazendo várias amizades, devido ao blog A Vida com EscleroseMúltipla e percebo que somos muito parecidos nesses assuntos emocionais. O nosso psicológico é fundamental para uma boa qualidade de vida e tratamento, porém não é muito simples enfrentar a todos os nossos fantasmas no nosso dia a dia. Acredito que isso não seja privilégio da EM, mas da sua característica em
ser uma doença crônica.
Minha psicóloga sempre
diz: a EM veio com uma sacolinha pesada,
então temos que aprender a carregá-la.
Confesso que tem horas que ela
se torna muito pesada e desanima, mas logo em seguida o sol volta a brilhar e o
sorriso de uma criança te faz renascer. Sinto como se a cada dia eu estivesse
renascendo com uma escolha: entristecer ou sorrir. Então escolho sempre ser
feliz, porque felicidade não se busca, se vive, são os momentos que vivemos.
Beijinhos e até mais.
Fabi (Fabiana Dal Ri Barbosa)
Eu me chamo Fabiana, mas me chamam de Fabi. Tenho o blog A vida com Esclerose Múltipla desde 2009, onde trocamos experiências e conhecemos algumas novidades relacionadas à EM.
Sou uma pessoa que não vive sem música, se sente feliz na maioria dos dias, pira de vez em quando por pensar demais, é preocupada demais também, mas apaixonada. Amo escrever, assistir filmes, estudar francês, piano, canto e Teatro.
Nossa que lindo isso é tudo que sentimos!
ResponderExcluirPerfeito! disse tudo. É nossa rotina, texto muito legal, bjo
ResponderExcluirElisandra que bom que você também se identificou assim não me sinto só, nas minhas viagens. Muito obrigada pelo comentário.
ResponderExcluirBjinhos
Fabi