quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Renascemos todos os dias


Fonte: Google imagens

"Hoje sei que dá pra renascer várias vezes nessa mesma vida. Basta desaprender o receio de mudar!"

Martha Medeiros


Você era como quase todos os seres humanos existentes no mundo, acreditava que nada de ruim aconteceria a você. Nunca seria atingido por um raio, não cairia um avião na sua cabeça, porém um dia você se vê, mesmo sem enxergar, à frente de um diagnóstico com nome horroroso, esclerose múltipla, e toda sua família desesperada, chorando sem parar e você, sem entender nada, conclui que é uma doença e pergunta: tem o que fazer? E a resposta sendo positiva, não se abate e toca a vida pra frente, fazendo tudo que é necessário.

O que faz com que sua família se surpreenda, te admire, se orgulhe, acredite que você é uma fortaleza em pessoa. Contudo, faz a ideia de que você suporte mais do que os outros possam suportar.

Talvez, essa tenha sido a maneira que encontrei de proteger as pessoas que amo e se preocupam comigo. Mas, também, sempre fui daquelas que se têm algum problema não gostam de ficar o remoendo. Se tem solução, preciso resolvê-lo.

No caso da EM, a primeira coisa que eu desejava, na época, era voltar a enxergar e foram dois surtos no mesmo olho. Fiquei praticamente 6 meses sem conseguir enxergar. O olho esquerdo via tudo turvo e o direito com grande sensibilidade à luz, não tirava os óculos escuros por nada.

Tinha a experiência de que se eu pegasse uma doença, era só tomar um remedinho e pronto, estaria resolvido. Porém naquele caso a situação não era bem assim. Não era apenas tomar um remedinho e estaria curada.

Essa doença não tem cura, é crônica, progressiva e autoimune. Nossa, essa é complicadinha!!!!

Portanto, a ficha foi caindo e fui aprendendo a conviver com a EM.

Embora só nós saibamos o que se passa conosco, com o convívio e com o amor que a família nos tem, com a amizade dos amigos, eles conseguem nos ajudar e nos compreender quanto aos sintomas da EM. Mas, infelizmente, eles não podem imaginar o turbilhão de pensamentos e frustrações que se passam por nossas mentes e quanto à isso você deve se mostrar sempre forte, aquela fortaleza que sobreviveu à tudo!

Aquela sensação de que não posso falhar.

E depois, na verdade, nem sei o que seria falhar, e a quem falhar...

Talvez exija demais de mim? Me compare com outras pessoas?

Sempre estou conversando com outros pacientes e fazendo várias amizades, devido ao blog A Vida com EscleroseMúltipla e percebo que somos muito parecidos nesses assuntos emocionais. O nosso psicológico é fundamental para uma boa qualidade de vida e tratamento, porém não é muito simples enfrentar a todos os nossos fantasmas no nosso dia a dia. Acredito que isso não seja privilégio da EM, mas da sua característica em ser uma doença crônica.

Minha psicóloga sempre diz:  a EM veio com uma sacolinha pesada, então temos que aprender a carregá-la.

Confesso que tem horas que ela se torna muito pesada e desanima, mas logo em seguida o sol volta a brilhar e o sorriso de uma criança te faz renascer. Sinto como se a cada dia eu estivesse renascendo com uma escolha: entristecer ou sorrir. Então escolho sempre ser feliz, porque felicidade não se busca, se vive, são os momentos que vivemos.

Beijinhos e até mais.

Fabi (Fabiana Dal Ri Barbosa)



Eu me chamo Fabiana, mas me chamam de Fabi. Tenho o blog A vida com Esclerose Múltipla desde 2009, onde trocamos experiências e conhecemos algumas novidades relacionadas à EM.
Sou uma pessoa que não vive sem música, se sente feliz na maioria dos dias, pira de vez em quando por pensar demais, é preocupada demais também, mas apaixonada. Amo escrever, assistir filmes, estudar francês, piano, canto e Teatro.



3 comentários:

  1. Nossa que lindo isso é tudo que sentimos!

    ResponderExcluir
  2. Perfeito! disse tudo. É nossa rotina, texto muito legal, bjo

    ResponderExcluir
  3. Elisandra que bom que você também se identificou assim não me sinto só, nas minhas viagens. Muito obrigada pelo comentário.
    Bjinhos
    Fabi

    ResponderExcluir