terça-feira, 21 de novembro de 2017

Afasia

 

Fonte: http://neuroac.blogspot.com.br/2013/01/parte-2-primordios-do-pensamento.html

A afasia é uma deterioração da função da linguagem, depois de ter sido adquirida de maneira normal e sem déficit intelectual correlativo. Caracteriza-se por dificuldade em nomear pessoas e objetos. Pode levar a um discurso vago ou vazio. Pode evoluir para um comprometimento grave da linguagem escrita e falada e da repetição da linguagem. No extremo pode levar a mudez ou a um padrão deteriorado com discurso com ecolalia. As causas principais são: 
  • Tumores;
  • Acidente Vascular Cerebral AVC (ou derrame); 
  • Doenças infecciosas (como a meningite); 
  • Doenças degenerativas (como a esclerose múltipla ou as demências);  Acidentes com traumatismo cranioencefálico; 
  • Tensão metabólica (intoxicações); 
  • Epilepsia.
Fonte: Google imagens
Algumas áreas do cérebro envolvidas no processamento da linguagem, como demonstra a imagem acima, são: Área de Broca (Azul), Área de Wernicke (Verde), Giro supramarginal (Amarelo), Giro angular (Laranja) ,Cortex auditivo primário (Rosa). Elas podem ocasionar lesões em aspectos muito específicos da linguagem no nível fonético, sintático, semântico ou pragmático:  
  • Afasia de Broca: provoca a redução da linguagem, razão pela qual o paciente fala pouco e evita situações comunicativas. As alterações articulatórias muitas vezes estão associadas a um vocabulário funcional reduzido. A dificuldade de expressão dos pensamentos ocorre mais acentuadamente em relação às frases e ordens complexas do que para as palavras e sentenças muito conhecidas. A dificuldade de expressão ocorre também na linguagem escrita. Na Afasia de Broca ocorre redução do léxico, ou seja, escolhas das palavras, estereotipias, agramatismo, incapacidade de modificação dos sentidos das palavras. Todas as modalidades da linguagem podem estar alteradas, porém, as alterações na palavra articulada, leitura e escrita são predominantes. Esse é o tipo mais comum dentre as afasias. Sua etiologia pode ser devido a sequelas de um AVC (acidente vascular cerebral) no lado direito.
  • Afasia de Wernicke: é o oposto da Afasia de Broca, a expressão oral é espontânea e fluida, mas fora do contexto comunicativo. O paciente costuma estar consciente dos próprios erros. A alteração da compreensão pode ser grave ou simplesmente moderada, principalmente em relação às palavras isoladas, pois nas frases pode ocorrer o favorecimento do contexto. A linguagem escrita costuma estar tão perturbada quanto a linguagem oral. O prognóstico da Afasia de Wernicke é grave, principalmente quando ocorrem também alterações da compreensão adicionada a um jargão não semântico. Esse tipo de afasia acontece em decorrência de lesão na região do córtex temporal. A doença de Alzheimer também pode gerar lesões corticais difusas e bilaterais e provocar esses sintomas. 
  • Afasia de condução:  a expressão oral ou escrita é fluida, porém, com muita dificuldade no encadeamento de elementos linguísticos durante a construção de uma frase com as palavras que lhe são propostas. A compreensão da linguagem oral e escrita tem pouco déficit.
  • Afasia motora: o paciente tem a compreensão preservada, mas há impossibilidade de pronunciar palavras em consequência de lesão cerebral. A leitura e a escrita também estão conservadas. Decorre de acidente vascular cerebral. 
  • Afasia sensorial: afeta a compreensão das palavras faladas como se houvesse uma surdez verbal, acentuada pela perda das capacidades intelectuais. Pode ocorrer em pacientes com demência de Alzheimer e nas demências vasculares.

O terapeuta especialista com pacientes afásicos é o fonoaudiólogo. A atuação fonoaudiológica com pacientes que apresentam alterações de linguagem devido à afasia visa o restabelecimento da comunicação. O tratamento fonoaudiológico deve ser iniciado preferencialmente logo após o episódio da lesão cerebral. 

Ricardo Cezar Carvalho
Fisioterapeuta






Sou Ricardo Cezar Carvalho, fisioterapeuta, especialista em neurologia funcional e especialista em acupuntura. Trabalho com pacientes com Esclerose Múltipla há 16 anos. Realizei vários congressos e palestras sobre a Fisioterapia na Esclerose Múltipla.





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