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Socorro, não estou sentindo nada.
Nem medo, nem calor, nem fogo,
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir.
(Arnaldo Antunes)
Esse trecho da música Socorro, de Arnaldo Antunes, traduz o que sente
uma pessoa vitima da esclerose múltipla. Mas não se desespere, pois para tudo, há uma solução.
É sabido por todos que a esclerose múltipla causa diversas debilidades
no paciente, mas, graças a Deus, à medicina e à fisioterapia, que têm papel
fundamental em nossas vidas, vamos superando todos estes transtornos que ela nos causa.
Um belo dia, você se levanta e não está sentindo nada, toque,
arranhões, temperatura, nada, e para piorar, tem grandes dificuldades para
movimentar alguma parte do teu corpo, senão, todo ele.
E agora?
Se desesperar?
NÃO!
Mas, usar a técnica de dessensibilização ou estimulação sensório motora.
Mas, o que é isso?
São atividades, recursos e técnicas incentivadoras que promovem o
desenvolvimento das capacidades sensório motoras, prevenindo, corrigindo
atrasos e proporcionando maior e melhor qualidade de vida à pessoa.
Como?
Vou relatar aqui apenas uma das muitas técnicas existentes. E digo com conhecimento de causa e de paciente que sou, surtirá efeito!
São seis itens: separe um palito de dente, escova de dente, uma esponja
natural de banho, uma esponja de lavar louça com dois lados, verde e amarelo,
uma escova de pentear cabelos e um algodão. Com isso feito, sentada sobre a cama ou em um tablado, coloque o membro
comprometido em descanso e comece:
1° com o palito de dente, vá devagar, encostando-o sobre o membro todo,
milimetro por milimetro, faça com cautela, pois se a pessoa estiver tendo hiper
reflexos, irá doer muito, mas passa.
2° depois, passe suavemente a escova de dentes sobre o local em questão.
3° agora, vá com a esponja de banho passando sobre o membro devagar,
sempre de baixo para cima. Por exemplo, do punho ao ombro.
4° agora a escova de cabelo, role-a sobre o membro, sempre de baixo para
cima.
5° a esponja de lavar louça com o lado verde, sobre todo o membro
comprometido.
6° agora a esponja de lavar louça com o lado amarelo.
7° e, por fim, o algodão, passe levemente sobre o local em questão.
Repita cerca de três vezes com cada item, até passar para o outro. Pronto, está concluído a primeira parte da dessensibilização. Note que é sempre intercalando entre o objeto áspero ou pontiagudo o
macio.
Agora, vamos à segunda etapa:
Faça uma compressa quente e outra fria, Seja com bolsa de água quente e outra fria, ou então com gelo em um saco
plástico e uma toalha passada a ferro, ou mesmo, água quente em uma garrafa pet
e fria na outra garrafa. Vá colocando sobre o membro em questão, primeiro o
frio, depois o quente e repita várias vezes, terminando sempre com o frio.
Mas, cuidado, se a pessoa tiver alguma ferida ou a sensibilidade alterada, como eu, pode se queimar gravemente,
então cautela e, sempre que possível, procure um fisioterapeuta ou alguém da
área da saúde para te orientar.
Com isso feito descanse e após algumas horas repita novamente todo o
processo. Faça, se preciso for, no corpo todo.
Esse método é simplesmente excelente e se o aliarmos a uma boa
seção de fisioterapia, pronto, em pouco tempo você voltará a sentir o membro
comprometido, quando isso for possível.
No meu caso, não mexia o lado direito do corpo, desde os dedos dos
pés à orelha.
Após fazer durante dias esse procedimento com o auxílio de minha
fisioterapeuta, Renata Antunes, e minha super mãe Cristina, voltei a
sentir 70% da sensibilidade perdida.
Essa técnica serve para várias patologias: AVCs, Polineuropatia, Guillain-Barré, entre outras. Mas, pergunte sempre ao seu médico. A minha, liberou. Então vamos correr atrás das sensações perdidas e
voltar a sentir.
Deixo abaixo a bibliografia que a professora Ana Bifulco, do curso de
fisioterapia do Unifieo e minha "salvadora", compartilhou comigo para
nos auxiliar.
Abraço a todos e "simbora" correr atrás sensibilidade que
perdemos.
Volte a sentir novamente as sensações perdidas e seja feliz!
Evelyn Cristina
Fontes:
Me chamo Evelyn Cristina, tenho 33 anos, sou pedagoga por amor e vocação e mãe de um lindo menino.
Aos 25 anos de idade, descobriu-se em mim a esclerose múltipla. Foi aí que precisei de um tempo para apreender como viver para, assim, viver com os constantes desafios que a vida me impõe. E, hoje, vivo cada instante com muita fé, resiliência e amor
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