quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Volte a sentir novamente


Fonte: https://br.pinterest.com/pin/323696291949932468/

Socorro, não estou sentindo nada.
Nem medo, nem calor, nem fogo,
Não vai dar mais pra chorar
Nem pra rir. 

(Arnaldo Antunes)
                           

Esse trecho da música Socorro, de Arnaldo Antunes, traduz o que sente uma pessoa vitima da esclerose múltipla. Mas não se desespere, pois  para tudo, há uma solução.

É sabido por todos que a esclerose múltipla causa diversas debilidades no paciente, mas, graças a Deus, à medicina e à fisioterapia, que têm papel fundamental em nossas vidas, vamos superando todos estes transtornos que ela nos causa. 

Um belo dia, você se levanta e não está sentindo nada, toque, arranhões, temperatura, nada, e para piorar, tem grandes dificuldades para movimentar alguma parte do teu corpo, senão, todo ele. 

E agora? 

Se desesperar?

NÃO! 

Mas, usar a técnica de dessensibilização ou estimulação sensório motora.

Mas, o que é isso? 

São atividades, recursos e técnicas incentivadoras que promovem o desenvolvimento das capacidades sensório motoras, prevenindo, corrigindo atrasos e proporcionando maior e melhor qualidade de vida à pessoa.

Como? 

Vou relatar aqui apenas uma das muitas técnicas existentes. E digo com conhecimento de causa e de paciente que sou, surtirá efeito!

São seis itens: separe um palito de dente, escova de dente, uma esponja natural de banho, uma esponja de lavar louça com dois lados,  verde e amarelo, uma escova de pentear cabelos e um algodão. Com isso feito, sentada sobre a cama ou em um tablado, coloque o membro comprometido em descanso e comece: 

1° com o palito de dente, vá devagar, encostando-o sobre o membro todo, milimetro por milimetro, faça com cautela, pois se a pessoa estiver tendo hiper reflexos, irá doer muito, mas passa.

2° depois, passe suavemente a escova de dentes sobre o local em questão.

3° agora, vá com a esponja de banho passando sobre o membro devagar, sempre de baixo para cima. Por exemplo, do punho ao ombro.

4° agora a escova de cabelo, role-a sobre o membro, sempre de baixo para cima. 

5° a esponja de lavar louça com o lado verde, sobre todo o membro comprometido. 

6° agora a esponja de lavar louça com o lado amarelo.

7° e, por fim, o algodão, passe levemente sobre o local em questão. 

Repita cerca de três vezes com cada item, até passar para o outro. Pronto, está concluído a primeira parte da dessensibilização. Note que é sempre intercalando entre o objeto áspero ou pontiagudo o macio.

Agora, vamos à segunda etapa:

Faça uma compressa quente e outra fria, Seja com bolsa de água quente e outra fria, ou então com gelo em um saco plástico e uma toalha passada a ferro, ou mesmo, água quente em uma garrafa pet e fria na outra garrafa. Vá colocando sobre o membro em questão, primeiro o frio, depois o quente e repita várias vezes, terminando sempre com o frio. 

Mas, cuidado, se a pessoa tiver alguma ferida ou a sensibilidade alterada, como eu, pode se queimar gravemente, então cautela e, sempre que possível, procure um fisioterapeuta ou alguém da área da saúde para te orientar.

Com isso feito descanse e após algumas horas repita novamente todo o processo. Faça, se preciso for, no corpo todo. 

Esse método é simplesmente excelente e se o aliarmos a uma boa seção de fisioterapia, pronto, em pouco tempo você voltará a sentir o membro comprometido, quando isso for possível. 

No meu caso, não mexia o lado direito do corpo, desde os dedos dos  pés à orelha. 
Após fazer durante dias esse procedimento com o auxílio de minha fisioterapeuta, Renata Antunes, e  minha super mãe Cristina, voltei a sentir 70% da sensibilidade perdida. 

Essa técnica serve para várias patologias:  AVCs, Polineuropatia, Guillain-Barré, entre outras. Mas, pergunte sempre ao seu médico. A minha, liberou. Então vamos correr atrás das sensações perdidas e voltar a sentir. 

Deixo abaixo a bibliografia que a professora Ana Bifulco, do curso de fisioterapia do Unifieo e minha "salvadora", compartilhou comigo para nos auxiliar. 

Abraço a todos e "simbora" correr atrás sensibilidade que perdemos. 

Volte a sentir novamente as sensações perdidas e seja feliz!


Evelyn Cristina


Fontes:





Me chamo Evelyn Cristina, tenho 33 anos, sou pedagoga por amor e vocação e mãe de um lindo menino. 
Aos 25 anos de idade, descobriu-se em mim a esclerose múltipla. Foi aí que precisei de um tempo para apreender como viver para, assim, viver com os constantes  desafios que a vida me impõe. E, hoje, vivo cada instante com muita fé, resiliência e amor

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