Obra de Josefa de Ayala Figueira, 1676.
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Para iniciar
com minha colaboração no blog, escrevo sobre a importância de respeitarmos a
complexidade da nossa alimentação. Há
várias pesquisas em andamento sobre nutrientes e tipos de alimentações que
podem otimizar a saúde da pessoa com Esclerose Múltipla. Mas a verdade é que estas escolhas devem
sempre se guiar pelo quadro de sintomas da Esclerose para você naquele momento
específico e, mais do que isto, as escolhas alimentares devem sim ser
condizentes com o que é prazeroso para você.
Alimento tem
uma definição técnica de tudo aquilo que serve como um reservatório de
nutrientes; a ANVISA¹ define assim: "Alimento: toda substância ou mistura
de substâncias, no estado sólido, líquido, pastoso ou qualquer outra forma
adequada, destinadas a fornecer ao organismo humano os elementos normais à sua
formação, manutenção e desenvolvimento". Contudo, existe uma diferença
muito importante entre o que é alimento e o que é comida. Vocês já pensaram
nisto? A comida tem uma definição bem mais ampla, que envolve escolhas. Para
ser comida, o alimento tem que ter sido aceito por uma determinada cultura como
bom e comível. Toda comida provavelmente é um alimento, mas nem todo alimento
será comida. Confuso? Valorizar esta diferença é valorizar o direito de todos a
realizarem escolhas alimentares a partir de suas identidades socioculturais.
Falar em comida é também falar em comer com prazer. Em muitos casos, a pessoa
com Esclerose Múltipla busca uma alimentação racionalizada apenas ao
fisiológico, o que é reforçado por muitos meios de comunicação. Reduzir a
alimentação apenas ao fisiológico pode ser um erro.
Nossas
escolhas devem ser contextualizadas. Contextualizar com o quê? Com nossas
demandas fisiológicas, sim, mas também com nossas memórias alimentares, com
nossas sensações de fome e de saciedade, com nossas vontades. E o resultado
disto?? Maior capacidade de realizar escolhas de maneira autônoma (a relação
profissional-paciente não se torna dependente), de maneira consciente, além de
uma relação com a comida em que o prazer está mais presente. Quando comemos com
prazer, a comida tem a capacidade de nos gerar bem-estar, saúde mental e
física. A terapêutica pode ser de maior sucesso e a saúde da pessoa com
Esclerose Múltipla pode ser bem mais otimizada.
Proponho um
exercício para você. Ao longo da semana, observe e reflita sobre o quão
prazerosas são as suas refeições e o que as fazem prazerosas ou o que as fariam
mais prazerosas. Se houver alguém que queira enviar as reflexões, irei gostar
muito de ler. Próximas postagens minhas podem inclusive trazer elementos das
reflexões.
Obrigada por permitirem que eu colabore, mesmo
que só um pouquinho, com a ABCEM.
Fernanda Sabatini
Nutricionista
- Mestranda em Nutrição em Saúde Pública
Fontes: ¹ Agência de Vigilância Sanitária:
Decreto-lei nº 986, de 21 de outubro de 1969
Imagem: discoverbaroqueart.org
Boa noite Fernanda!
ResponderExcluirSeja muito bem vinda aqui no Blog e parabéns pelo post! Com certeza você tem muito a compartilhar com todos nós que vivemos acompanhados pela EM.
Bjs
Adorei Fernanda!!!
ResponderExcluirVou contar um pouco sobre mim e te dar 3 sugestões!
Eu particularmente, tenho excesso de peso e desde o meu primeiro surto, há 20 anos, que foi um surto muito forte, mas que recuperei tudo, graças a Deus e a minha dedicação e vontade de voltar a viver com qualidade de vida......mas voltando ao excesso de peso, eu fiz 3 pulso terapias e inchei muito e assim ganhei peso e nesses 20 anos fiquei a mercê do efeito sanfona... engorda e emagrece.......até que aprendi a me amar e continuo com os quilos a mais e de bem comigo e com a vida!
Continuo precisando emagrecer e agora, apesar de surtos mais leves, que foram só 4 no total.......meu caminhar é limitado pelo equilíbrio ruim, principalmente. Tenho fortes dores na lombar pelo excesso de peso e mudança no estilo de vida, pois a minha carga diária de afazeres aumentou muito desde novembro do ano passado.
Faço fisioterapia e tínhamos começado um programa de exercícios no fim do ano passado, que tive que parar por conta das dores excessiva na lombar. Por eu estar tão feliz e realizada com tudo que venho fazendo diariamente, será o indicado adaptarmos meu corpo ao novo estilo de vida com disciplina, organização do meu dia e etc. Não queremos e nem devemos retroceder ao sedentarismo.
Sugestões ou perguntas:
1. A ansiedade é um grande vilão para a maioria dos pacientes com Esclerose Múltipla. Existem alimentos que ajudam a lidar com a ansiedade?
2. Já tenho uma alimentação mais balanceada, adoro frutas, verduras e legumes, mas os carboidratos e doces são os mais difíceis de evitar, para mim. Porque isso acontece?
3. Como muitos pacientes com Esclerose Múltipla fazem uso de corticoides, existe alguma forma de alimentação que favorece a eliminação de líquido (inchaço)?
Agradeço desde já, Fernanda, pela sua colaboração ao blog da ABCEM.
Seja muito bem-vinda!!
Super beijo