sexta-feira, 8 de julho de 2016

Disfunção sexual na Esclerose Múltipla


Fonte: Google imagens

A disfunção sexual é um assunto ainda muito velado em nossas relações amorosas, pois este tema carrega muitos estigmas, pré-conceitos e vergonhas do paciente e de seu cônjuge.

Mas de fato, o que é a Disfunção sexual?

Trata-se de qualquer alteração que pode surgir nas diversas fases da resposta sexual (desejo, excitação e orgasmo), sendo de ambos os sexos. Essa alteração pode ter causas orgânicas (doença crônica, por exemplo, EM), psicológicas ou mistas.

A disfunção sexual é presente, muitas vezes, na vida de pacientes com EM e as queixas mais frequentes são a disfunção erétil, nos homens, e a alteração do orgasmo, nas mulheres.

Essa disfunção tem total correlação com a qualidade de vida, pois afeta a autoimagem e a autoestima dos pacientes. Porém, muitos não comentam com seus médicos estes sintomas. A abordagem multidisciplinar (médicos, psicólogos, terapeutas) é de extrema importância para que se restabeleça uma comunicação efetiva entre os parceiros, visando uma melhor qualidade de vida conjugal.

A disfunção pode ser divida em 3 formas:

  • Disfunção sexual primária que está relacionada a alterações fisiológicas da resposta sexual por conta de lesões desmielinizantes. Os sintomas mais comuns são: diminuição da libido, lubrificação, intensidade e frequência do orgasmo.

  • Disfunção sexual secundária que está relacionada indiretamente a alterações físicas (tremores, disfunção vesical e intestinal, dificuldade na coordenação dos movimentos, fadiga) e pode ter relação com os efeitos dos medicamentos utilizados no tratamento da EM. 

  • Disfunção sexual terciária é consequência de diversos fatores como cultura, psicológico e emocionais, como a depressão, ansiedade, alteração de imagem corporal, autoimagem negativa.

Para que a avaliação da disfunção seja correta e possibilite um tratamento com prognóstico positivo é necessário conhecer a dinâmica do relacionamento, dos aspectos físicos e emocionais desse funcionamento sexual.

Para o parceiro, não deve ser fácil de compreender de fato o que ocorre, mas é preciso que haja uma empatia para que perceba que na EM os pacientes têm diversas alterações de humor, sendo que, em sua maioria, sentem-se deprimidos e isso afeta diretamente sua autoestima, sentindo-se, desta forma,  menos atraentes, o que pode afetar também sua relação amorosa. Concomitantemente à baixa autoestima, pode advir o sentimento de culpa e medo de ser rejeitado que podem levar a um isolamento do paciente por não  se sentir produtivo na relação.


Assim como é de extrema importância informar seu médico sobre estes sintomas, a comunicação entre o casal é primordial, pois a satisfação sexual pode estar ligada à aceitação, ao carinho que um tem pelo outro. Dessa forma é sempre positivo ser franco com seu parceiro para que juntos trilhem um caminho em busca de equilíbrio e bem estar.


Maiara Araújo
Psicóloga Clínica


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