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A disfunção sexual é um
assunto ainda muito velado em nossas relações amorosas, pois este tema carrega
muitos estigmas, pré-conceitos e vergonhas do paciente e de seu cônjuge.
Mas
de fato, o que é a Disfunção sexual?
Trata-se de qualquer alteração
que pode surgir nas diversas fases da resposta sexual (desejo, excitação e
orgasmo), sendo de ambos os sexos. Essa alteração pode ter causas orgânicas
(doença crônica, por exemplo, EM), psicológicas ou mistas.
A disfunção sexual é presente, muitas vezes, na vida de pacientes com EM e as queixas mais frequentes são a disfunção erétil, nos homens, e a alteração do orgasmo, nas mulheres.
Essa disfunção tem total
correlação com a qualidade de vida, pois afeta a autoimagem e a autoestima dos pacientes. Porém, muitos não comentam com seus médicos estes
sintomas. A abordagem multidisciplinar (médicos, psicólogos, terapeutas) é de
extrema importância para que se restabeleça uma comunicação efetiva entre os
parceiros, visando uma melhor qualidade de vida conjugal.
A disfunção pode ser divida em
3 formas:
- Disfunção sexual primária que está relacionada a alterações fisiológicas da resposta sexual por conta de lesões desmielinizantes. Os sintomas mais comuns são: diminuição da libido, lubrificação, intensidade e frequência do orgasmo.
- Disfunção sexual secundária que está relacionada indiretamente a alterações físicas (tremores, disfunção vesical e intestinal, dificuldade na coordenação dos movimentos, fadiga) e pode ter relação com os efeitos dos medicamentos utilizados no tratamento da EM.
- Disfunção sexual terciária é consequência de diversos fatores como cultura, psicológico e emocionais, como a depressão, ansiedade, alteração de imagem corporal, autoimagem negativa.
Para que a avaliação da
disfunção seja correta e possibilite um tratamento com prognóstico positivo é
necessário conhecer a dinâmica do relacionamento, dos aspectos físicos e
emocionais desse funcionamento sexual.
Para o parceiro, não deve ser
fácil de compreender de fato o que ocorre, mas é preciso que haja uma empatia
para que perceba que na EM os pacientes têm diversas alterações de humor, sendo
que, em sua maioria, sentem-se deprimidos e isso afeta diretamente sua
autoestima, sentindo-se, desta forma, menos atraentes, o que pode afetar também sua
relação amorosa. Concomitantemente à baixa autoestima, pode advir o sentimento de
culpa e medo de ser rejeitado que podem levar a um isolamento do paciente por não se sentir produtivo na relação.
Assim como é de extrema
importância informar seu médico sobre estes sintomas, a comunicação entre o
casal é primordial, pois a satisfação sexual pode estar ligada à aceitação, ao
carinho que um tem pelo outro. Dessa forma é sempre positivo ser franco com seu
parceiro para que juntos trilhem um caminho em busca de equilíbrio e bem
estar.
Maiara Araújo
Psicóloga Clínica
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