Fonte: http://consolatajovem.blogspot.com.br/2012/07/o-sonho-da-igualdade.html |
"Tempo difícil esse em
que estamos, onde é mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito."
Albert Einsten
Dia desses, conversando com um
amigo que possui deficiência física visível, estando ele num daqueles dias em
que nada dá certo nas nossas vidas, notei em seu semblante um total desalento
com a forma com que o "mundo" trata os diferentes, os desiguais, os
que convivem com limitações físicas...
Tanto
se fala em inclusão, em quebra de preconceitos... tudo muito bonito na teoria,
mas quando vivenciamos na prática qualquer deficiência, seja ela visível ou
não, o que vemos é o quanto somos discriminados, colocados de lado,
deixados à margem dos que se julgam acima das diferenças.
Quando a deficiência é
invisível, o preconceito se manifesta ao lançarmos mão de
direitos que temos assegurados em leis, como uso de vagas e filas
preferenciais, já, quando a deficiência é visível, o preconceito se mostra ao
nos excluírem completamente dos grupos, sejam de trabalho, de estudos ou
sociais. Podem negar o quanto quiserem, mas só quem vivencia isso sabe a
exata dimensão do quanto o preconceito ainda está presente em nossa cultura,
infelizmente.
O ser "especial"
afasta muitas coisas das nossas vidas, passa um filtro, só faz permanecer
aqueles que realmente nos envolvem com amor, compreensão e apoio. Os pseudoamigos vão se retirando um a um e o que de início parece ser uma grande perda,
no fim se mostra ser um ganho imensurável porque não precisamos de quem não
está disposto a permanecer ao nosso lado, não demonstra vontade alguma de
segurar nossas bengalas quando precisamos liberar nossas mãos, ou, de empurrar
nossas cadeiras quando os braços estiverem cansados e não derem mais conta de
as impulsionar sozinhos... não precisamos de pessoas que só enxergam o que
nosso exterior demonstra, que não nos veem por dentro, não entendem que nossas
dores, do corpo e da alma, precisam apenas de um sopro, de um antisséptico que
vem direto do coração daqueles que realmente se preocupam e querem ficar ao
nosso lado, independente da nossa utilidade na vida deles...
Que bom seria se o ser
humano fosse como os elefantes que não abandonam um dos seus quando ele adoece,
que o ajuda a permanecer em pé, o apoiando, o acompanhando a cada passo,
dando-lhe a tão necessária dignidade para que, quando chega o momento de deixar
a manada, possa partir desse mundo de pé, com a certeza de que foi amado até o
fim dos seus dias, independente da sua condição física.
Bete Tezine
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