terça-feira, 6 de setembro de 2016

Renovação


Fonte: Google imagens

Vivemos em constante renovação. Quando crianças pensávamos basicamente nas nossas brincadeiras, logo após começamos a pensar em nossos estudos. Crescemos e começamos a enfrentar a vida de uma forma diferente, tivemos que aprender a nos manter, auxiliar  nossos pais no que fosse possível; continuamos nossa caminhada e possivelmente nos envolvemos com uma pessoa e desse envolvimento tem origem uma nova família.

Durante esse período procuramos nos esforçar para conseguir estabelecermo-nos na vida, para poder propiciar o que de melhor nós pudermos para os nossos parceiros e também para os nossos filhos. Do nada surge uma doença que modifica todo esse nosso rumo, fazendo com que tenhamos que repensar toda nossa trajetória. Não é uma tarefa fácil, demanda tempo, cumplicidade, companheirismo e principalmente muito amor.

Nem sempre isso é possível e de repente descobrimos que fomos abandonados por nossos parceiros ou por nossa família e temos que procurar um porto seguro para tentar recomeçar toda a nossa caminhada. Normalmente nosso porto seguro é uma associação ou uma entidade que procura agregar pessoas que tenham problemas semelhantes para que, em uma troca de conhecimento ou angústias, consigamos descobrir as respostas que temos para as nossas dúvidas. Normalmente estas entidades surgem por força da atuação de alguém que sentiu na pele o desconhecimento, a falta de informação, a falta de alguém para que pudesse trocar suas angústias e acertos. Também é normal que a pessoa que tomou a frente na criação ou elaboração nesta entidade permaneça na mesma, exercendo diversas funções durante muito tempo.

Aí surge um problema sério, pois, de repente, esta pessoa pode achar que é o dono da entidade, que pode fazer da mesma um prolongamento de si, é aquilo que normalmente denominamos como o dono da entidade, isto quando não confunde-se o nome da entidade com o nome desta pessoa, gerando afirmações como associação de seu fulano ou o grupo de seu sicrano. Para evitar este tipo de acontecimento temos que entender desde o começo que todo e qualquer associação ou grupo de apoio não têm dono, eles pertences a todos que os compõem, sendo necessária a renovação constante das pessoas que a comandam, pois só assim será atingida a perenidade da entidade. Se isso não for feito, quando do desaparecimento da pessoa que criou a entidade, a tendência é que ela também desapareça.

Agora não pensando na entidade e sim na pessoa que a criou, temos outro problema, qual seja o desta pessoa passar a viver em função da entidade, não tendo mais nenhum objetivo na vida a não ser dedicar-se àquilo que ela criou. É de suma importância que a pessoa sempre procure novos desafios e que entenda que para tudo tem sua hora, inclusive a hora de parar. Que esta hora seja o momento em que tudo esteja correndo bem para que essa transição não se transforme no futuro em um gargalo, tanto para quem está saindo, como para quem esta assumindo o seu posto.

Não passe a tua vida pensando ou agindo somente em função de alguma coisa ou causa, reinvente-se, faça diferente, crie coisas novas, trace novos rumos na sua vida.
Recomeços sempre são necessários.


Wilson Gomiero
Ativista social


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