Fonte: https://plus.google.com/+AlexandrePifer |
Hoje vamos explorar o tabagismo e saúde com um olhar a
mais na relação com a Esclerose Múltipla. Embora observada esta relação de
maior incidência da doença entre os tabagistas (1,8 vezes maior) e a conversão de evolução
para a fase progressiva (em torno de 3 vezes maior), não se pode esquecer da
complexidade da doença e das possíveis relações com fatores genéticos e outros
ambientais, mas e não se pode negligenciar estes estudos observacionais e
refletir um fator modificável.
O tabagismo é o ato de se consumir cigarros ou outros
produtos que contenham tabaco, cuja droga ou princípio ativo é a nicotina. A
Organização Mundial da Saúde (OMS) afirma que o tabagismo deve ser considerado
uma pandemia, ou seja, uma epidemia generalizada e como tal precisa ser
combatida.
Ele é considerado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) a
principal causa de morte evitável do planeta, 1 bilhão e 200 milhões de
tabagistas no mundo, destes, 200 milhões de mulheres. Há 4,9 milhões de mortes
anuais, metade em idade produtiva. Existem estudos que evidenciam que o consumo de tabaco causa em
torno de 50 doenças diferentes.
Sabe-se, estatisticamente, que o fumante tem 10 vezes mais
chance de adoecer de câncer de pulmão, 5 vezes mais de infartar, 5 vezes mais
de apresentar bronquite crônica e enfisema pulmonar e 2 vezes mais de
apresentar acidente vascular cerebral.
Estudo do INCA mostra que o tabagismo é responsável por:
- 200 mortes por ano no Brasil;
- 25% das mortes causadas por doença coronariana;
- 45% das mortes causadas por doença coronariana na faixa abaixo dos 60 anos;
- 45% das mortes causadas por infarto agudo do miocárdio na faixa abaixo dos 65 anos.
- 85% das mortes causadas por bronquite e enfisema;
- 90% dos casos de câncer de pulmões;
- 30% de mortes decorrentes de outros tipos de câncer tabaco relacionado: boca, laringe, faringe, estômago, pâncreas, rim, bexiga e colo do útero;
- 25% das doenças vasculares (derrame cerebral, trombose);
- Impotência sexual no homem;
- Complicações na gravidez;
- Aneurisma arterial;
- Úlcera do aparelho digestivo;
- Infecções respiratórias.
O cigarro é composto por cerca de 4720 substâncias tóxicas.
Estima-se que mais de 60 substâncias sejam cancerígenas entre elas: solventes,
chumbo, níquel, amônia, monóxido de carbono, agrotóxicos, formol, substâncias
radioativas, benzopireno, nicotina, alcatrão.
A nicotina, após uma
tragada, chega ao cérebro em 9 segundos e gera sensação relaxante, altamente
viciante, que leva ao indivíduo a querer cada vez mais. Ela aumenta os batimentos cardíacos, pressão arterial e
frequência respiratória. Os vasos se contraem.
Nicotina: é a causadora do vício e cancerígena.
Benzopireno: substância que facilita a combustão existente
no papel que envolve o fumo.
Substâncias radioativas: Polônio 210 e carbono 14.
Agrotóxicos: DDT
Solvente: Benzeno
Metais pesados: Chumbo e o Cádimo (1 cigarro contém de 1 a
2 mg, concentrando-se no fígado)
Rins e pulmões, tendo meia vida de 10 a 30 anos, o que leva
à perda de capacidade ventilatória dos pulmões, além de causar dispneia,
enfisema, fibrose pulmonar, hipertensão, câncer nos pulmões, próstata, rins e
estômago.
Níquel e arsênico: armazenam-se no fígado e rins, coração,
pulmões, ossos e dentes, resultando em gangrena dos pés, causando danos ao
miocárcio etc.
Fonte: http://lukareissinger.blogspot.com.br/2013/01/os-perigos-do-cigarro.html |
E qual a relação com a Esclerose Múltipla?
O primeiro grande estudo relacionado ao assunto é
norueguês. Publicado na revista Neurology, 2003, demonstra que o risco de
Esclerose Múltipla é significantemente mais elevado entre fumantes do que entre
aqueles que nunca fumaram.
Publicação na revista Brain, em 2015, demonstra a relação
entre tabagismo e a progressão da Esclerose Múltipla e reforça que fumar pode
ser um fator de risco clínico, levando a Esclerose Múltipla Remitente Recorrente para Secundariamente Progressiva.
Pesquisa realizada pelo Brighan and Women’s Hospital, da
Havard Medical School e do Massachussets General Hospital, em Boston (EUA),
publicado na Revista Archives of Neurology, acompanhou 1465 pacientes com
Esclerose Múltipla por 3 anos, com média de faixa etária de 42 anos, média de
doença 9,4 anos; com 53,2% que nunca fumaram, 29,2% fumantes no passado, 17,5%
fumantes ativos.
A progressão foi avaliada pelas características clínicas e
por ressonância nuclear magnética.
Resultados: tabagistas sofriam de forma mais severa da doença no início
do estudo e mais declínio progressivo da capacidade neurológica.
Em outro estudo sobre os efeitos do tabagismo na barreira
hematoencefálica (BHE), investigadores do Cleveland Clinic Learner College of
Medicine descobriram que “compostos contidos no fumo do tabaco podem afetar a
viabilidade das células que compõem a BHE e acionar uma resposta inflamatória
que por sua vez pode levar à perda de integridade da BHE”.
No entanto, o tabagismo pode ser apenas uma parte de um
estilo de vida pouco saudável que pode contribuir para a piora da doença.
Em estudos recentes conduzidos pelo Departamento de
Neurologia na Universidade de Guillan de Ciências Médicas, em Rasht, Iran,
investigadores descobriram que os pacientes que sofriam de Esclerose Múltipla Remitente Recorrente (EMRR), que também fumavam mais de 10 cigarros por dia,
tinham um risco mais elevado que os não fumantes de progressão da doença para
Esclerose Múltipla Secundária Progressiva (EMSP).
Os mecanismos pelos quais o tabaco modifica o risco e a
possibilidade da progressão da doença não são ainda conhecidos, mais estudos são
necessários.
É importante refletir sobre o assunto e analisar em
conjunto não somente as possíveis ações sobre a Esclerose Múltipla, mas sim
sobre a saúde geral e qualidade de vida.
Segundo o INCA se parar de fumar agora...
- Após 20 minutos: sua pressão sanguínea e pulsação voltam ao normal.
- Após 2 horas: não tem mais nicotina no seu sangue.
- Após 8 horas: o nível de oxigênio do sangue se normalizam.
- Após 2 dias: seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar readquire a capacidade de identificar sabores.
- Após 3 semanas: a respiração fica mais fácil e a circulação melhora.
- Após 5 a 10 anos: o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou.
Liliana Russo
Neurologista
Conviver com as sequelas causadas pela esclerose, não é fácil, una-se a isto, os efeitos colaterais dos medicamentos e ainda agravar a situação com a nicotina,é pedir para sofrer...
ResponderExcluirConviver com as sequelas causadas pela esclerose, não é fácil, una-se a isto, os efeitos colaterais dos medicamentos e ainda agravar a situação com a nicotina,é pedir para sofrer...
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