segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Toxina botulínica pode prevenir múltiplos tremores nos casos de esclerose múltipla

Fonte:adejblog.blogspot.com 

 A toxina botulínica pode ajudar a prevenir a agitação ou o tremor nos braços e mãos das pessoas com esclerose múltipla, de acordo com nova pesquisa publicada na edição impressa do Neurology ®,  jornal médico da Academia Americana de Neurologia.

Os tratamentos em uso para tremor da esclerose múltipla não são suficientemente eficazes e novas alternativas são necessárias. Para o estudo, 23 pessoas com  esclerose múltipla receberam injeções de toxina botulínica ou um placebo salino durante três meses.

O estudo descobriu que as pessoas viram uma melhoria significativa em termos de gravidade do tremor, na capacidade de escrever  e de desenhar, em seis semanas e em três meses, após o tratamento com a toxina botulínica em relação ao placebo. Em relação à gravidade do tremor, os participantes melhoraram em média dois pontos em uma escala de 10 pontos, tornando o tremor moderado ou leve. Na escrita e no desenho, os participantes melhoraram, em média, um ponto em uma escala de 10 pontos.

“O estudo sugere uma nova maneira de abordar o tremor nos braços relacionado com a esclerose múltipla, o que atualmente é um dos grandes desafios do tratamento desses pacientes. A fraqueza muscular, desenvolvida em 42% das pessoas após o tratamento com toxina botulínica, em comparação com 6% depois de placebo, foi geralmente leve e desapareceu dentro de duas semanas”, informa o neurologista, Willian Rezende do Carmo, CRM-SP 160.140.

Sintomas da esclerose múltipla

Além dos tremores nos braços, há  diversos sintomas da esclerose múltipla que  variam de paciente para paciente. Isso porque os sintomas da doença dependem do local em que a inflamação neuronal ocorre. Por exemplo, se a inflamação atingir o nervo ótico, o sintoma será de padrão visual, ou seja, baixa visual, turvação visual ou até perda completa da visão.

Listamos, a seguir, os sintomas mais comuns da esclerose múltipla:

01) Alterações sensitivas: em 40% dos casos, elas representam o primeiro sintoma da doença. Podem aparecer em forma de dormência em lugares do corpo, distúrbios de sensibilidade – como dormências, formigamentos, queimação ou choque;

02) Alterações visuais: a perda de visão por determinado período de tempo acomete ao menos 13% dos pacientes com esclerose múltipla. Há também a possibilidade de diplopia, popularmente conhecida como visão dupla ou mesmo visão turva. O paciente também pode apresentar motilidade ocular, com desalinhamento dos olhos, e até movimentos involuntários;

03) Síndrome labiríntica: tonturas e vertigens também são comuns em pacientes com esclerose múltipla. Nesse caso, a labirintite e as vertigens não são desencadeadas pelo labirinto, que é uma estrutura do ouvido, mas pela inflamação no cérebro causada pela esclerose múltipla;

04) Fraqueza e fadiga: fadiga é uma reclamação de 80% dos pacientes com esclerose múltipla. A fadiga pode interferir de forma significativa nas habilidades funcionais do paciente com esclerose múltipla, seja em casa e/ou no trabalho. Em geral, os pacientes se sentem cansados e fadigados, muito além do habitual;

05) Outros sintomas: o paciente com esclerose múltipla também pode apresentar dificuldade para engolir ou falar, apresentar paralisia parcial da face ou mesmo ter disfunção erétil.


   
Willian Rezende do Carmo 





CRM-SP 160.140, neurologista, com especialização em Dor, pela USP. Para saber mais sobre a esclerose múltipla, acesse nossa playlist de vídeos sobre o tema: https://www.youtube.com/playlist?list=PLLJYTEvgFMH-z6p7SooZxQVZzmPHSezy3 






Perfil completo:
  • Graduação em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais, MG;
  • Residência médica em Neurologia, no Hospital Odilon Behrens, Belo Horizonte, MG;
  • Capacitação em Medicina do Sono no Instituto do Sono, São Paulo, SP;
  • Capacitação em aplicação de toxina botulínica tipo A, pelo IMREA, Hospital das Clínicas, FMUSP, São Paulo, SP;
  • Especialização em Dor pela USP, SP;
  • Coordenador da Neurologia no Hospital Santa Helena, São Paulo, SP;
  • Plantonista da Telemedicina, no setor de AVC, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP;
  • Médico assistente da retaguarda de Neurologia do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, São Paulo, SP.



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