Fonte: http://www.aid4disabled.com/imagine-life-without-multiple-sclerosis/ |
“Não há nada na mente que já não tenha passado antes pelos sentidos”.
(Aristóteles)
Ao ler o artigo O papel da mente nas doenças autoimunes,
publicado no site A mente é maravilhosa,
tive a nítida sensação de que estava me olhando no espelho, tal a identificação
que senti com as palavras nele contidas.
Porém, acho que não sou a
única que teve a alma desnuda ao ler esse mesmo artigo ou outro de mesmo teor,
pois, cada um de nós que possuímos algum tipo de doença autoimune, mesmo que
relute em admitir, bem lá no fundo sabe o quanto nossa mente pode nos sabotar e
fazer com que a doença se agrave, provocando uma progressão da doença que, algumas
vezes, deixa sequelas irreversíveis.
Falando por mim, quando recebi
o diagnóstico de esclerose múltipla, a neurologista me receitou o medicamento para
controle da doença e alguns para tratar os sintomas, entre eles um
antidepressivo. Aliado a isso, me encaminhou para psicoterapia com o seguinte
argumento: “não temos de tratar apenas seu corpo, é essencial tratarmos sua
mente também.”
Por vários anos eu fiz
terapia, no entanto, por diversas razões, precisei parar de alguns meses para cá
e fui sabotada pelos meus próprios sentimentos, entrando num processo
depressivo que não me fez surtar da esclerose múltipla, mas me fez surtar como
ser humano que não suportou a carga emocional de problemas das mais diversas
origens. Consulta, exames, novo antidepressivo e recomendação de retomar a
terapia, o que pretendo fazer o mais urgente que minha condição permitir.
Sabemos que o estresse é um agravante
poderoso da nossa condição de pessoas com EM, no entanto, sabemos também que não
temos como entrar numa bolha e nos isolar do mundo aqui fora. Problemas sempre
existirão, dificuldades das mais variadas espécies se abaterão sobre nós mais
cedo ou mais tarde, no entanto, é como lidamos com as agruras da vida que
determina o quanto seremos atingidos emocionalmente.
Existe fórmula de sucesso para
que consigamos controlar nossos sentimentos diante dos percalços? Não, infelizmente,
pois como somos seres individuais, individuais também são o poder de enfrentamento
e a resiliência de cada um de nós. Porém, quando nossa mente recebe a devida
atenção, com cuidados que a mantenha funcionando o mais adequado possível, fica
mais difícil que nos autossabotemos, equilibrando corpo e mente.
Finalizo transcrevendo um
trecho do artigo citado no início do post para que possamos fazer uma íntima
reflexão:
“A
saída para uma pessoa com doença autoimune é simplesmente parar de
acreditar que é uma pílula, uma vitamina ou algum médico milagroso que
vai conseguir recuperar a sua saúde. É claro que não deve abandonar
esses tratamentos, mas deve-se procurar também um profissional de saúde
mental para complementar esse tratamento.” (A MENTE É MARAVILHOSA)
Beijos carinhosos!
Bete Tezine
Advogada
Referência
A MENTE É MARAVILHOSA. O
papel da mente nas doenças autoimunes. Disponível em: <https://amenteemaravilhosa.com.br/papel-da-mente-doencas-autoimunes/>.
Acesso: 01 fev 2018.
Advogada, artista plástica, mãe, diagnosticada com esclerose múltipla há 6 anos, atual presidente da ABCEM, conselheira de saúde do município de São Caetano do Sul.
Tb preciso voltar para a terapia...
ResponderExcluirParei de fazer há mais de 4 anos e,agora, tem horas em que vejo que preciso...