sexta-feira, 4 de março de 2016

Livre arbítrio

Fonte: Google imagens

Todos nós somos livres para fazer nossas escolhas, dentro de algumas singularidades. 

Assim podemos escolher nossa profissão, nossa religião, nossa preferência sexual, quem serão nossos parceiros na vida e tantas outras escolhas que fazemos durante nossa caminhada. Sobre outras variáveis não temos escolha, assim não escolhemos quem serão nossos pais, não escolhemos nosso local de nascimento e nem tampouco nossa raça. Começamos a tentar ter controle, através da genética, de algumas dessas escolhas.

Uma que certamente eu gostaria de poder ter como influir seria quanto às doenças que poderia ter, uma forma de antecipar-me à ocorrência ou aos efeitos mais graves das mesmas. Enquanto isso não se materializa, resta-nos escolher o melhor tratamento para nossos males. Embora sejam os médicos que devam nos orientar, somos nós, em última instância, quem deve decidir nosso tratamento.

Tenho esclerose múltipla há trinta e quatro anos. Sou jurássico, da época que o único tratamento era corticoides, só depois evoluímos para outras abordagens da doença. Assim, vi surgirem diversas formas de procurar a melhor maneira de enfrentar a esclerose múltipla. Nesta caminhada chama a atenção uma constante nos pacientes; aqui abro um parênteses para reforçar uma posição que defendo há muito tempo, paciente e não portador; de E.M., sempre acreditamos em promessas de cura, como toda pessoa com uma doença crônica, aceitando como verdade alguns absurdos e potencializando outros tratamentos como cura e não estabilização da doença.

Não que eu não creia na evolução da medicina para a cura, mas devemos ter cuidado com nossas esperanças pois existe na patologia um componente psicológico que pode, em um fracasso, desencadear uma exacerbação da doença. Voltando às abordagens da E.M., já passei pelos imunossupressores, interferons, acetato, suco de noni, picada de abelha, transplante de medula óssea, operação da jugular, vitaminas, injeção de células tronco, hemoterapia, monoclonais, orais, plasmaférese e outros. Sempre adotei a postura de que cada um deve escolher o que é melhor para si e que não é porque eu estou bem com determinado remédio ou tratamento que todos devem usar o mesmo.

Quem faz propaganda de remédio é funcionário da indústria farmacêutica, médico sem noção ou paciente levando alguma vantagem. Minha avó sempre dizia: "remédio que tudo cura, nada sara" , ou seja, efeito saracura... Temos que lutar sim para que todos tenham direito a tratamento gratuito, medicamentoso e multidisciplinar. Temos que lutar para que os atendimentos de quem propagandeia tratamentos revolucionários sejam feitos de forma gratuita pelo SUS. Temos que ajudar com informações e com a postura de não querer ser dono da verdade. Lembre-se sempre: #juntosomosmaisfortes.


Wilson Gomiero
(Ativista Social)

7 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Olá Sr. Wilson!

    Cada um de nós é responsável por suas próprias escolhas, porém, esta responsabilidade não nos exime de respeitar as escolhas alheias.]
    Parabéns pelo post!
    Bjs

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  3. Parabéns, Wilson! Excelente post!

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  4. É exatamente o que digo! cada esclerose é ÚNICA! sou paciente há 8 anos! Como é ter a doença há 34 anos? Você tem que sintomas e sequelas? Ainda em forma surto remissão? Me faz muito bem, ouvir histórias como a sua e me sinti muito curiosa como cientista, professora e esclerosada que sou!

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  5. Querido Wilson...amei seu post, pois cada dia mais comprovo que a nossa vida é determinada pelas nossas escolhas e para nós, que temos Esclerose Múltipla, percebo que nossas escolhas são iguais as de qualquer pessoa!
    minhas principais escolhas são:
    - me cuidar, viver o momento presente com toda a intensidade e ser feliz!
    A fica tão mais fácil quando aprendemos a olhar pra nós em primeiro lugar!

    Beijos
    Suzete Zanatta

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  6. Boa Noite Sr. Winson,

    Agradeço pela mensagem, belas palavras.
    Tenho a certeza que cada um deve fazer suas escolhas, certas ou erradas temos que acreditar no que consideramos o melhor para nós, no que nos faz bem e seguir em frente, sem criticar as escolhas dos outros.

    A luta não é fácil, é constante, mas com união podemos ir muito longe.

    #juntosomosmaisfortes

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