terça-feira, 2 de agosto de 2016

Doenças neurodegenerativas e poluição atmosférica


Fonte: www.coripa.org.br

São Paulo, a maior metrópole do Brasil, é uma das cidades mais poluídas do mundo. Evidentemente, que é menos poluída que alguns municípios da China e da Índia, mas está longe do aceitável do ponto de vista atmosférico, de acordo com a OMS. São inúmeras e nefastas as consequências ao organismo humano em face da emissão de poluentes atmosféricos. Desde problemas como alergias, doenças cardiovasculares, abortamentos, prematuridade, bronquite, asma, fibrose pulmonar, neoplasias, alterações pulmonares localizadas e sistêmicas, bem como alterações comportamentais, cognitivas e transtornos de humor. 

Na última década, muitos estudos foram dirigidos para a questão ambiental e doenças neurodegenerativas. Dentre estas, destacam-se alzheimer, parkinson, demências, mas também há linhas de pesquisa em esclerose múltipla, esclerose lateral amiotrófica e miopatia por corpos de inclusão. O estresse oxidativo tem efeitos prejudiciais graves sobre o material genético das células (DNA e RNA) e também sobre suas proteínas e organelas.

Em estudo realizado na região de Lombardia, na Itália, em fevereiro do corrente ano, com pacientes com diagnóstico de esclerose múltipla, demonstrou-se que um maior número de internações hospitalares e a ocorrência de recidivas da doença ocorreram em períodos de maior exposição a poluentes ambientais. Houve aumento agudo nas respostas inflamatórias neurológicas e sistêmicas.

Fica claro que muitas dessas enfermidades apresentam o componente ambiental como um dos prováveis vilões da doença em si. Neste particular, vale ressaltar que a sociedade como um todo necessita de políticas públicas mais eficazes para promover melhora da qualidade do ar inspirado.

O que se pode fazer numa situação de tão amplas proporções? A resposta mais simples seria: faça sua parte! Pare de fumar, por exemplo, para aqueles que ainda insistem. Cerca de 20% da população de São Paulo é fumante, mas todos estão expostos à poluição atmosférica da cidade. Some-se a poluição decorrente da emissão dos gases tóxicos dos automóveis e aquela oriunda do cigarro, tudo é potencializado. Menos nicotina no ar ambiente, melhor para você e para os que o cercam. Pequenas mudanças tais como deixar o automóvel em casa de vez em quando, usar transporte público, trocar o modelo do carro por outro que polui menos (realizar revisões periódicas), além de dar preferência aos combustíveis mais limpos, são medidas pontuais e simples, mas eficazes. Plantar uma árvore também ajuda! Há estudos que demonstram que morar a menos de 300 metros de um parque reduz as possibilidades de infarto agudo do miocárdio em 30%. Exercícios ao ar livre, em regiões arborizadas, são muito mais vantajosos do que fazê-los em ambientes rodeados de carros expostos aos gases dos escapamentos. Lendo isso, pode-se entender o quanto é desproporcional suar a camisa nessas grandes avenidas. Plante dentro de você a ideia de um mundo melhor, com melhor qualidade do ar e melhores condições de saúde para todos. Pode parecer pouco, mas esse pouco é o que está ao seu alcance.

Respire aliviado!!!!



Celiana Figueiredo Viana
Fisioterapeuta


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