quinta-feira, 4 de agosto de 2016

EM conscientização





A grande maioria da população brasileira desconhece o que seja Esclerose Múltipla e uma outra grande parcela que alega já ter ouvido falar, tem crenças completamente equivocadas sobre a patologia, como por exemplo, acreditar que ela seja uma doença de idosos. Além do que, grande parte das vezes, ela também é envolta em uma bruma de preconceitos.

Todas as ações que são realizadas a fim de informar e conscientizar sobre  a doença neurológica e autoimune são extremamente necessárias, uma vez que não é fácil quem a possuí, além de carregar uma enfermidade grave e que muitas vezes é invisível aos olhares alheios, ter de carregar, de quebra, os estigmas de preguiçoso, oportunista, captador de atenção e outros adjetivos que, grande parte das vezes, causam mais danos que a própria Esclerose Múltipla.

A conscientização é a chave que abre as portas para a compreensão, a derrubada de preconceitos e a obtenção de maior apoio por parte da sociedade, como também a menor cobrança de atitudes do paciente que, visualmente, parece até possível de ser realizada, mas que, na prática, seu corpo não tem mais condição alguma de executar.

Eu não tenho sequelas visíveis e sinto na pele o que é ser discriminada quando faço uso de filas e vagas preferenciais. Muitas vezes são apenas olhares de reprovação, mas em outras,  são ofensas pessoais mesmo,  afinal, pareço normal aos olhares externos. Isso nos fragiliza, por mais que tentemos negar, e quantos de nós, sendo sinceros, já não desejamos ter sequelas visíveis após ter passado por esse tipo de constrangimento?

Divulgar, conscientizar, divulgar, conscientizar, divulgar, conscientizar, divulgar, conscientizar... incansavelmente, não apenas durante o mês de agosto, mas divulgar e conscientizar todos os dias, pois este é o ponto-chave para desmistificar a doença e aumentar o número de diagnósticos precoces.

Por fim, PARABÉNS em letras maiúsculas, a cada um de nós que possui Esclerose Múltipla, não por tê-la, é óbvio,  mas por nos mantermos de pé, às vezes apoiados em bengalas e muletas, às vezes sentados em cadeiras de rodas, mas de pé, de cabeça erguida, mesmo vivendo com uma bagagem tão pesada e imprevisível. 


Bete Tezine



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