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"Meu filho tem Esclerose Múltipla, ele não
quer comer, não sei se é por causa da doença ou pela idade. Mas ele está
emagrecendo, o médico disse que ele precisa comer, o que eu faço?".
Você já pensou algo assim?
O perfil Epidemiológico da Esclerose Múltipla
apresenta a maior prevalência do diagnóstico em mulheres, caucasianas e na
faixa etária de 20 a 40 anos de idade, sendo raro o aparecimento da doença na
infância. Contudo, quando falamos em comprometimentos
na saúde, para nós profissionais da área , cada caso, mesmo que raro, é de suma
importância de ser estudado,
compreendido e trabalhado. O estudo de
Fragoso et al. aponta para uma prevalência de crianças com EM no Brasil
estimada em até 3000 indivíduos. Há
poucos estudos sobre a terapêutica pediátrica no diagnóstico da EM, sendo que o
que basicamente temos hoje em dia é uma conduta semelhante ao tratamento em
adultos.
Os sintomas da doença que levam ao diagnóstico
por vezes se difere um pouco em relação aos sintomas dos adultos. Porém, os
sintomas no decorrer da doença passam a ser muito parecidos com os encontrados
em pessoas de faixas etárias maiores. Além disto, sintomas como aumento de peso
e perda de apetite em decorrência do tratamento medicamentoso e dos efeitos
psíquicos da doença também são encontrados em crianças. O estresse do convívio com os sintomas e
surtos é de difícil aceitação para muitos pequenos, porém muitas mães, pais e
familiares responsáveis relatam que a EM tornou-se um motivo de fortalecimento
emocional para suas crianças, tornando-as mais maduras, conhecedoras das suas
potencialidades, assim como de seus momentos de limitações, os quais devem ser
respeitados.
Quando se trata da Alimentação, a fala apresentada
inicialmente neste texto surge com frequência. E, sim, a falta de apetite e a
perda de peso são tanto da doença como da idade, contudo em ambas as situações,
o cuidado é necessário. Quando falamos de crianças, temos uma regrinha
importante a seguir: os responsáveis pela
criança decidem o momento de se sentar à mesa para comer e o que será servido,
porém é a criança quem decide o quanto comerá! Esta regrinha vira a loucura
de qualquer mãe e pai. "Mas se eu deixar, ele não come nada!". Não,
não será assim. Sabe por quê? Porque nosso corpo tem um instinto natural de
sobrevivência. Se a criança não quer comer, algum motivo tem. Todos eles são
muito individuais e somente devem ser trabalhados com a ajuda de um
nutricionista. Vamos a alguns motivos que levam a criança a não ter fome no
momento das refeições em família. Existem vários e para cada um, uma conduta
diferente, mas vejamos dois:
1. A
criança sente fome só em momentos não planejados. Pode
ser que a criança tenha comido ou beliscado próximo à refeição principal. Às vezes,
a criança não estava com tanta fome no café da manhã, por exemplo, ou comeu
correndo, não prestando atenção, fazendo outras atividades junto,como comer em
pé, caminhando pela casa. E, por isto, não ficou plenamente satisfeita com a
refeição. Depois de algumas horas, esta criança pode apresentar fome, porém em
um horário em que a comida ainda não está pronta. O que acontece? Geralmente
essa criança vai comer alguma "besteirinha" só pra não ficar com
fome. Esta "besteirinha" pode
diminuir o apetite para a próxima refeição que é quando será oferecido
alimentos de verdade, comida, necessários para o fortalecimento da saúde da
criança. Sendo assim, o truque aqui é sempre exigir, de forma amorosa, que a
criança coma sentada na mesa, sem TV, computador, celular, jogos que desviem a
atenção dela do alimento. É importante esta criança ter uma rotina mais ou
menos estabelecida de horários, que acompanhe a família, sem ofertas de
alimentos açucarados ou gordurosos em
horários próximos às principais
refeições. Caso a criança não sinta fome
nesta refeição, ela poderá aguardar a próxima, porém sem a oferta constante de
alimentos nos intervalos. Outras condutas podem ser realizadas, mas sempre com
o auxílio do Nutricionista.
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2. A
criança nunca apresenta apetite. O pequeno mostra um constante
desinteresse pela comida? Pode ser que
esta criança esteja psicologicamente confusa e angustiada pela situação da EM.
É de extrema importância o acompanhamento com profissionais psicólogos, tanto
pela criança, quanto pela família. Além disso, a medicação também pode
desempenhar o papel de inibidor de apetite. Conversar com seu o médico e
nutricionista sobre a medicação é importante. No que tange a alimentação, a
oferta de preparações que a criança goste ou peça pode ajudar bastante, porém
cuidado para não oferecer somente o que a criança gosta sem atentar-se ao que
ela precisa. É possível ofertar o que ela precisa e gosta em um mesmo alimento.
Preparações coloridas, cheirosas e com gosto que lhe agrade é indispensável. E
isto consegue-se com o uso de ervas naturais, por exemplo! É possível ofertar
qualquer alimento de forma prazerosa.
Durante as refeições, é bom tentar não iniciar discussões, sobretudo
entre os pais. É um momento ideal para confraternização, de saber como o foi o
dia da criança, de saber se algo aconteceu e a incomodou, assim como se algo
aconteceu e a deixou feliz. Pense na possibilidade de deixar broncas e
cobranças para outros momentos que não o da comida, pode ajudar bastante!
Algumas crianças, em momentos de angústia pode
também apresentar um apetite aumentado, gerando um comer descompensado. Isto
também deve ser conversado. É sempre necessário entender o que está gerando
essa forma de se alimentar. A compreensão é um processo, que exige paciência e
atenção. Não pense que o que está
vivenciando não tem solução. Tem sim. Certamente é muito difícil para você, mas
cerque-se de pessoas e profissionais que possam lhe ajudar. Existem outras mães
e pais que também estão vivenciando a EM e saber o que eles sentem pode lhe
ajudar a encontrar conforto.
Deixo abaixo uma receita de hambúrguer caseiro
para caso queira fazer um lanche especial!
Fonte:gnt.com/CarolinaFerraz |
Ingredientes
720 g de fraldinha moída ou patinho
2 colheres (sopa) de água
2 colheres (sopa) de azeite
4 fatias de queijo da sua preferência
alface a gosto
tomate a gosto
4 pães de hambúrguer
2 col. de chá de sal
pimenta-do-reino moída na hora a gosto (opcional)
ervas como coentro, manjericão,
salsinha, orégano e outras a gosto.
Modo de
Preparo
1. Corte os pães ao meio,
transfira para 4 pratos e reserve. Se preferir, leve ao forno baixinho para
aquecer.
2. Em uma tigela, coloque a carne, a água, o azeite e misture rapidamente com
as mãos. Divida em 4 bolas (180 g cada) e achate, formando o hambúrguer.
Lembre-se de que ele encolhe ao cozinhar, por isso, deve ficar um pouco maior
que o diâmetro do pão.
3. Com o polegar, faça uma marca bem no meio da carne - quando ela cozinha, dá
uma inflada. Se não for cozinhar na hora, leve para a geladeira, a carne deve
estar bem fria.
4. Tempere com sal e as ervas um lado
dos hambúrgueres somente agora. DICA: O sal não é colocado antes de fazer as
bolinhas , senão fica emborrachado o hambúrguer. Vire e tempere o outro lado. Se quiser,
tempere com pimenta-do-reino moída na hora.
5. Leve ao fogo alto em uma frigideira antiaderente. Caso
não tenha uma grande, use duas frigideiras ou faça em etapas, retirando os dois
primeiros hambúrgueres 2 minutos antes do tempo e transferindo para o forno,
sobre o pão. Assim eles terminam de cozinhar enquanto você prepara os outros
dois.
6. Quando a frigideira estiver pelando, transfira a carne e tampe. Deixe dourar
por 1 minuto e vire. No último minuto, coloque o queijo prato e regue com uma
colherinha de água no meio da frigideira para deixar o queijo puxa-puxa. Tampe
novamente.
7. Atenção: nem pense em apertar o hambúrguer contra a frigideira enquanto ele
estiver grelhando! Fica duro e seco.
8. Com uma espátula, coloque os hambúrgueres nos pães com o alface e o tomate e
sirva a seguir. Deixe a carne descansar por um minutinho antes de comer - ela
fica mais saborosa, pois os líquidos internos se acomodam.
(Receita adaptada de panelinha.ig.com.br)
Fernanda
Sabatini
Nutricionista
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