quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Sexualidade na Esclerose Múltipla


Fonte: http://www.rosana.com.br/tratamentos/disfuncao-sexual-feminina/

Chegou o momento de escrever sobre outro tipo de disfunção pélvica comum ao paciente com Esclerose Múltipla, a Disfunção Sexual, tema um pouco mais delicado, mas que também é muito importante de ser discutido.

Como expliquei no post sobre Bexiga Neurogênica, aqui a causa da Disfunção Sexual é muito semelhante, porém acrescida de outros fatores. Em função da formação das placas de esclerose em determinadas regiões cerebrais e/ou medulares, o controle central que provoca respostas corporais de preparação para o sexo fica comprometido. Mas, além disso, as alterações motoras, psicológicas e emocionais também podem afetar a vida sexual. Dividimos então as disfunções sexuais em primárias, secundárias e terciárias.

As primárias têm relação direta com as placas de esclerose. Como exemplo estão a diminuição da libido, da lubrificação vaginal, alterações da sensibilidade na área genital, dores durante o ato sexual, diminuição ou ausência de orgasmo e disfunção erétil.

As secundárias surgem em consequência de outras alterações físicas causadas pela própria Esclerose Múltipla, por exemplo, a espasticidade, os tremores, a incontinência urinária, a disfunção intestinal, e especialmente a fadiga, situação que muitas vezes não permite que a excitação sexual aconteça.

As terciárias têm origem nas consequências culturais, sociais, emocionais e psicológicas da Esclerose Múltipla. Incluímos aqui a depressão, a ansiedade e a alteração da imagem corporal (como cada um vê e julga o próprio corpo).

Mas e agora? Depois de tantas definições, o que fazer para driblar essas disfunções? 

Primeiramente, é importante que haja muita conversa e cumplicidade com o(a) parceiro(a), pois algumas situações podem ser melhoradas apenas com alguns ajustes entre o casal. Por exemplo, no caso da diminuição da lubrificação, o uso de lubrificantes a base d’água não irritativos podem ajudar bastante. Quanto à fadiga, quem sabe tentar ter relação sexual pela manhã ou em um horário do dia em que se esteja mais descansado.

Outra questão importante é uma conversa com o médico sobre suas dificuldades sexuais para que ele possa receitar alguma medicação para diminuir a espasticidade, por exemplo, ou então para a disfunção erétil ou depressão. A Fisioterapia Neuropélvica também pode ajudar muito na melhora da função sexual, mas este será o tema de meu próximo post!!

A mensagem de hoje é: converse com seu parceiro, com seu médico e com seu fisioterapeuta sobre como está e como você gostaria que estivesse sua sexualidade. Permita-se mudanças para melhor e realizações também na sua vida sexual!

Abraço!


Dra. Cíntia Fischer Blosfeld
Fisioterapeuta Neurofuncional
Fisioterapeuta Pélvica
 cintiaef@gmail.com

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