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Fadiga, palavra oriunda do latim - fatigare - significa: cansar, estar cansado, letargia, estafa, esgotamento, sensação de enfraquecimento.
Problemas:
- Sintoma inespecífico, encontrado com frequência na população;
- Pode ocorrer em indivíduos sadios;
- Pode acompanhar várias patologias;
- Dificuldade de estabelecer o que significa para o paciente, família, cuidador, equipe; multiprofissional e pesquisadores.
Conceito
complexo e multidimensional com repercussão física, emocional, cognitiva e social. Impacto direto
na qualidade de vida:
- Fenômeno subjetivo;
- Pouco compreendida;
- Não é um sintoma homogêneo;
- Confundido com depressão/fraqueza muscular.
De definição complexa e múltipla , na dependência da área de análise:
10 Cunha AG. Dicionário etimológico da língua portuguesa. 2a ed. Rio
de Janeiro: Nova Fronteira; 1999.
13. North American Nursing Diagnosis Association (NANDA). Nursing
diagnoses: definitions and classification 2003-2004. Philadelphia: NANDA
Internacional; 2003. p. 74.
21. Dorland WAN. The American illustrated
medical dictionary. 20th ed. Philadelphia: Saunders; 1981. 6. Index Medicus.
Washington: NIH Publications; 2002.
36. Lee KA, Hicks G, Nino-Murcia G. Validity and Reliability of a scale
do assess fatigue. Psychiatr Res. 1991;36:299-305
37. McArdle WD, Katch FI, Katch VL. Fisiologia do exercício: energia,
nutrição e desempenho humano. Rio de Janeiro: 4a ed. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan; 1998. cap. 19. p. 333.
38. Ream E, Richardson A. Fatigue: a concept analysis. Int J Nurs Stud.
1996;33(5):519-29.
39. Varrichio CG. Selecting a tool for measuring fatigue. Oncol Nurs
Forum. 1985;12:122-7.
40. National Cancer Institute. Fatigue. [text on the internet]. 2002
[cited 2002 Jun 14]. Available from: www.cancer.gov
41. Meloncini MA, Cardoso PEC, Grande RHM, Muench A. Fa- lhas de grampos
circunferenciais de próteses removíveis em função de ciclagens de flexão. Rev
Odontol Univ São Paulo. 1998; 12 (3):257-60.
42.
Petrucci G, Zuccarello B. Fatigue life prediction under wide band random
loading.
Definição
geral:
Qualquer fenômeno de declínio de
função
Definição em
Esclerose múltipla:
“
Uma sensação de cansaço físico profundo, perda de energia ou mesmo uma sensação de exaustão, com características
diferentes da depressão ou fraqueza Muscular.” ( krupp e coyle – 1994)
“Uma sensação
subjetiva de perda de energia física e/ou mental, que é percebida pelo paciente
ou por seus familiares e interfere com a vontade e com as atividades diárias.”
(msc for clinical practice guidelines –
1998)
TB – Tuberculose
DM – Diabetes Mellitus
IRA – Insuficiência Renal Aguda
IRC – Insuficiência Renal Crônica
AR – Artrite Reumatoide
LES – Lupus Eritematoso Sistêmico
RGE – Refluxo Gastoesofágico
PK – Doença De Parkinson
EM – Esclerose Múltipla
DPC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
ICC– Insuficiência Cardíaca Congestiva
ICO – Insuficiência Coronariana
SPI – Síndrome Das Pernas Inquietas
MPMI – Movimento Periódico Dos Membros Inferiores
AB – Antibióticos
Caracteristicas da fadiga na esclerose multipla:
- Sintoma frequente e geralmente incapacitante;
- Acomete em torno de 65-97% dos pacientes;
- Está entre as duas maiores causas de desemprego em pacientes com esclerose múltipla (EUA);
- Pode aparecer isolada ou associada aos surtos;
- Pode agravar outros sintomas;
- Vinculada a grau de incapacidade persistente;
- Não há correlação com forma de apresentação da esclerose múltipla – há maior intensidade nos portadores da forma progressiva;
- Mais intensa no final da tarde e nas temperaturas elevadas;
- Em 30% dos pacientes é o sintoma inicial;
- Não há correlação com idade e sexo;
- Nao há correlação com EDSS.
Fadiga e cofatores:
- Desordens afetivas/humor ( depressão)
- Dor
- Desordens do sono
- Drogas
- Metabólicas/infecciosas
Drogas
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Fadiga
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Imunomoduladores
EX. INTERFERONS
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Anti-convulsionantes
EX. FENOBARBITAL
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Sedativos
EX. CLONAZEPAN
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Anti-depressivos
EX. AMITRIPTILINA
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Relaxantes musculares
EX. CICLOBENZAPINA
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Anti-histamínicos
EX. LORATADINA
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Anti-espásticos
EX. BACLOFENO
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Analgésicos
EX. CODEINA
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Metabólico-Infeccioso e
Fadiga
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Anemia
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Hipotireoidismo
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INFECCAO URINARIA
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INFECCAO VIAS AEREAS SUPERIORES
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DIABETES MELLITUS
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Sua causa não é totalmente conhecida. Há interação entre fatores biológicos e psicológicos que contribuem para seu início e severidade.
Desordens de humor, pobre habilidade de enfrentamento, alterações hormonais, alterações do sistema imune, associadas as consequências da própria desmielinização (diminuição da condução do estímulo nervoso).
O diagnóstico é difícil e subjetivo. Deve-se pensar nas várias possibilidades de diagnósticos diferenciais, bem como comorbidades. Exames são necessários para auxiliar. Exemplos: avaliar presenças de anemia, hipotireoidismo, diabetes, infecções, entre outros.
O tratamento necessita de uma ampla visão, preferencialmente com equipe multiprofissional.
A estratégia terapêutica visa primordialmente evitar os desencadeantes possíveis e poupar energias.
O que fazer? Check list:
Para o funcionamento adequado do organismo humano, dois “combustíveis” são fundamentais: glicose e oxigênio. Quanto mais intensas forem as atividades do cotidiano maior será o consumo de oxigênio.
Não farmacológico
- Plano de exercicios/ condicionamento fisico
- Melhora humor e dor(liberacao de endorfinas)
- Reduz riscos cardiovasculares ( hipertensao arterial, dislipidemia)
- Diminui sobrepeso ( que por si so acarreta fadiga, sobrecarga cardio-pulmonar e osteo-muscular)
Cuidados:
- Busque orientação com um profissional ( fisioterapeuta, educador físico)
- Busque realizar exercicios aeróbicos, isométricos, moderados
- Busque intercalar períodos de atividade com períodos de repouso
- Busque ambiente climatizado para evitar grande aumento de temperatura corporal
- Exercite-se regularmente
- Conselhos nutricionais
Proposta:
- Aumentar reserva energética
- Melhorar padrão do sono
- Avaliar hábitos
- Assegurar qualidade da alimentação:
- Dieta balanceada: rica em vitaminas, proteínas, minerais e carboidratos complexos (vitaminas auxiliam no processo metabólico, proteínas ajudam na produção de massa muscular, carboidratos complexos são quebrados lentamente e levam a um consumo energético menor e uma assimilação mais lenta). Rica em fibras ( aveia, farelo de trigo, gergelim, entre outros, facilita o bolo fecal, menos esforco evacuacional)
- Comer pequenas refeições durante todo o dia (6x) ( evita maior flutuação energética)
- Evitar açúcar refinado e outros doces ( menor flutuação energética, menor riscos de eventos hipoglicêmicos e quedas energéticas)
- Assegurar hidratação adequada ( desidratação lentifica os processos metabólicos) - média de 2 litros/dia de água
- Limitar consumo de cafeína e cigarro ( cafeína acelera o metabolismo, cigarro acarreta menor oxigenação dos tecidos)
- Cuidado com mulheres pré-menopausa - risco sangramento - suplementar ferro
- Limitar consumo de álcool ( álcool produz energia, que não nutre adequadamente os tecidos)
- Programas de esfriamento
- Calor x fadiga – déficit condução do estimulo nervoso
- Colete de gelo - melhora da condução
- Hidroginástica – evitar temperaturas maiores de 29ºC
- Banhos – preferir banhos rápidos e mornos, temperatura em torno de 16-17ºC
- Estratégias de conservação de energia
- Alternar periodos de atividade moderada com periodos de repouso
- Fazer agenda de atividades – otimizar atividades da vida diária
- Otimizar períodos de subir escada
- Tentar eliminar barreiras arquitetônicas que causem mais desgaste fisico
- Adaptar e utilizar utensílios que auxiliem nas atividades
- Eliminar atividades desnecessárias
- Organizar o tempo
- Organizar o ambiente
- Busque a orientação de um terapeuta ocupacional
- Terapias complementares
- Yoga
- Acupuntura
- Meditação
- Aprender a respirar adequadamente/respiração diafragmática
- Acalmar a mente
- Controlar ansiedade
- Melhorar padrão de sono
Farmacológico
Se não houver eficácia nas condutas não farmacológicas ou dificuldade de aderência, medidas farmacológicas podem ser utilizadas.
Opções:
- Amantadina
- Pemoline
- Modafinil
- Antidepressivos
- 4-aminopyridine
- 3,4-diaminopyridine
- Transdermal histamina/cafeína
Você é o comandante de sua vida. É a mudança. É o sujeito ativo e não o paciente. Vigie pensamentos e sentimentos.
A fadiga pode ser administrável e sua qualidade de vida pode sim dar um “upgrade”. Converse com seu médico e terapeutas.
Liliana Russo
Neurologista
Neurologista - sócia e Diretora Técnica da Holus Serviços Médicos Ltda -
Médica Neurologista Assistente da Casa da Esperança de Santo André - Médica
Neurologista e de Apoio nas Atividades Científicas da Associação Brasileira de
Esclerose Múltipla - Médica Neurologista Voluntária no Ambulatório de doenças
desmielinizantes, da Faculdade de Medicina da Fundação ABC – Diretora Técnica
da ABCEM.
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