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Nós,
pacientes de esclerose múltipla, passamos por várias situações tipo “saias justas”,
quando no início da nossa relação com a doença, da nossa relação com as pessoas
de nosso entorno e também com pessoas que nada têm de relação conosco. Com o
passar do tempo, começamos a criar mecanismos próprios para escaparmos de ter de
engatilhar uma verdadeira aula de neurologia, com pitadas de fisioterapia e psicologia,
a cada vez que nos deparamos com uma situação dessas.
Nada
mais devastador do que, no meu caso, quando um dia saí da empresa onde
trabalhava e fui ao centro da cidade para comprar determinada coisa que estava precisando.
Estava com traje social e com uma pasta na mão. Tão logo cheguei ao calçadão, minha
amiga fadiga incorporou. Não tive dúvidas, sentei-me ao meio fio e aguardei
voltar minhas forças. Passou neste momento uma pessoa conhecida que perguntou:
Aconteceu alguma coisa? Ao que respondi: Sapato novo, está acabando com meus
pés.
Em
outra ocasião, véspera de Natal, marquei com meu irmão para irmos bem cedo ao mercado para fazer as compras da ceia. Deixei o carro no estacionamento e fui caminhando
para o mercado e dessa vez foi a tontura que incorporou em mim. Continuei a
caminhar de forma não linear e logo atrás vinham duas senhoras comentando: Tão novo
e já bêbado de manhã cedo. Ao virar a esquina encontrei meu irmão. Coloquei
minha mão em seu ombro e falei em voz alta: Que bom te encontrar, já não vou
beber sozinho.
Estava
em casa, labutando com a reforma dela e, ao caminhar pelo quintal para ir pegar
uma ferramenta para fazer uma ligação elétrica, a parestesia da perna direita
incorporou e fui ao chão. Sem conseguir levantar, deitei e após uma hora meu
filho chega da escola, olha para mim e pergunta: o que está fazendo? Respondo: olhando
desenhos nas nuvens.
Com o passar
dos anos e o pior é que eles passam, comecei a ser apresentado a outros
aspectos relativos à administração do tempo e do espaço e é aí que começa a
verdadeira adaptação, minha e dos que comigo convivem, adaptações estas nem
sempre fáceis, nem sempre pacíficas. Tais adaptações passam por você já não ser
dono de seu tempo e por decorrência de sua vontade. Passam por um exercício de
aprender a dosar seu tom de voz, quando às vezes, nem vontade de falar você
tem. É abrir mão de suas vontades por não ter meios físicos de realizá-las. É
domesticar aquela vontade de dizer como fazer algo para não magoar quem vai realizar.
É, enfim, lembrar-se que você só é prisioneiro do corpo se enclausurar sua
mente, pois o pensamento tem a velocidade da luz e sonhos não têm limites.
Bora
aprender a pedir, bora aprender a esperar, bora viver sem limites, com
limitações, BORA SER FELIZ!!!
Wilson
Gomiero
Ativista
social
MUITO BOM...ESTAMOS JUNTOS NESTE BARCO, ENTÃO NAVEGAMOS SUAVE
ResponderExcluirMe vi em seu relato.
ResponderExcluirOpa!!!
ResponderExcluirara, conheço bem estas situações!
Minha história com E.M. começa em 1986, quando morava em Portugal.
Morei lá uns 2o anos(até ficar muito inteligente :-)
Brincadeira... gente burra e inteligente tem em todo lugar!
Meu filho nasceu lá, mas não pode ser portugês, não que fisesse questão (já tem os documentos italianos que pegou o meu! Pude pude batisa-lo de Giancarlo, lá não seria possível!
Depois deste tempo por lávoltamos todos para o Brasil (SP) . M inha ex-mulher queria voltar para cá ! Ela é dentisia e volta sempre para verificar os consultórios por l´á...
Eu sou Chef de Cozinha. me arranjo!
Se quiser "bater um papo" pelo coputador, basta me achar! Estou sempre como frascolla no Skype e Messenger! Forte abraços
Carlo
Quando eu crescer quero ser igual à você meu guru. Dinha me dá licença más amo este homem. Bjs
ResponderExcluirSer feliz é uma escolha, q já fiz a bastante tempo!
ResponderExcluir😄
lindo texto amigo, parabens.
ResponderExcluirA doenca nos ensina a ter humildade!
nessa vida, sao nossas escolhas que tracam nossa jornada, entao escolher ser feliz deixa tudo tao mAis facil
super beijo no ��saudades de vcs
Suzete Zanatta