quarta-feira, 13 de julho de 2016

Sintomas Urinários em pacientes com Esclerose Múltipla


Fonte: Google imagens

Hoje, ao realizar a avaliação de uma nova paciente com Esclerose Múltipla (EM), fui questionada da seguinte maneira: “- Dra. tem muita gente que perde urina assim como eu???”

Acredito que este seja o questionamento de várias pessoas com EM, por isto, como minha primeira contribuição para o blog, decidi escrever sobre as características dos sintomas urinários nos pacientes com EM.

Estima-se que mais da metade das pessoas acometidas pela EM tenham algum tipo de sintoma urinário, que caracterizam a bexiga neurogênica.

Mas... o que é uma bexiga neurogênica???

À medida que nossa bexiga vai se enchendo de urina, alguns de seus receptores enviam sinais para a nossa medula e para o nosso cérebro de que é necessário irmos até o banheiro para urinar.  Quando não há nenhuma lesão, nosso cérebro e medula são capazes de inibir este desejo e fazer com que tenhamos calma para irmos ao banheiro quando for mais conveniente. Assim, quando for oportuno, nossa bexiga se contrai e se esvazia.

No caso da bexiga neurogênica, dependendo das áreas do cérebro e/ou da medula espinhal em que hajam placas de esclerose, a inibição das contrações da bexiga fica comprometida, fazendo com que o paciente precise urinar várias vezes ao dia e com muita urgência, às vezes até perdendo urina antes de chegar ao banheiro. É por isso também que muitos acordam à noite com uma forte vontade de urinar e chegam ao banheiro e sai apenas uma gotinha, apesar de sentir que a bexiga nunca se esvazia completamente.

Essa situação pode levar há um desequilíbrio em todo o mecanismo de enchimento e esvaziamento da bexiga, consequentemente acarretando a presença de resíduo de urina, infecções urinárias de repetição e comprometimentos renais.

Além disto, são problemas muito constrangedores e que podem limitar a pessoa em suas atividades sociais como viajar, ir a reuniões, realizar atividades físicas e ter relações sexuais com o(a) parceiro(a). Muitos também ficam preocupados que outros sintam o cheiro de urina e acabam se isolando, o que pode levar à depressão e ansiedade.

Mas... e o tratamento para esses sintomas urinários??

Tem-se relatado na literatura formas conservadoras de tratamento, entre elas, cateterismo intermitente, medicamentos e toxina botulínica, que devem ser orientados pelo médico responsável. Além dessas formas, destaco a Fisioterapia Neuropélvica, uma área que tem apresentado bons resultados comprovados cientificamente aos pacientes com EM.

Fisioterapia Neuropélvica é a área em que trabalho com muito carinho e dedicação, e que pretendo apresentar para vocês nos próximos posts ;)

Abraço,


Cíntia E. Fischer Blosfeld
Fisioterapeuta Pélvica
Fisioterapeuta Neurofuncional 
Curitiba-PR


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