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Hoje, ao realizar a avaliação
de uma nova paciente com Esclerose Múltipla (EM), fui questionada da seguinte
maneira: “- Dra. tem muita gente que perde urina assim como eu???”
Acredito que este seja o questionamento
de várias pessoas com EM, por isto, como minha primeira contribuição para o blog,
decidi escrever sobre as características dos sintomas urinários nos pacientes
com EM.
Estima-se que mais da metade das
pessoas acometidas pela EM tenham algum tipo de sintoma urinário, que
caracterizam a bexiga neurogênica.
Mas... o que é uma bexiga
neurogênica???
À medida que nossa bexiga vai
se enchendo de urina, alguns de seus receptores enviam sinais para a nossa
medula e para o nosso cérebro de que é necessário irmos até o banheiro para
urinar. Quando não há nenhuma lesão,
nosso cérebro e medula são capazes de inibir este desejo e fazer com que
tenhamos calma para irmos ao banheiro quando for mais conveniente. Assim,
quando for oportuno, nossa bexiga se contrai e se esvazia.
No caso da bexiga neurogênica,
dependendo das áreas do cérebro e/ou da medula espinhal em que hajam placas de
esclerose, a inibição das contrações da bexiga fica comprometida, fazendo com
que o paciente precise urinar várias vezes ao dia e com muita urgência, às
vezes até perdendo urina antes de chegar ao banheiro. É por isso também que
muitos acordam à noite com uma forte vontade de urinar e chegam ao banheiro e
sai apenas uma gotinha, apesar de sentir que a bexiga nunca se esvazia
completamente.
Essa situação pode levar há um
desequilíbrio em todo o mecanismo de enchimento e esvaziamento da bexiga, consequentemente
acarretando a presença de resíduo de urina, infecções urinárias de repetição e
comprometimentos renais.
Além disto, são problemas
muito constrangedores e que podem limitar a pessoa em suas atividades sociais
como viajar, ir a reuniões, realizar atividades físicas e ter relações sexuais
com o(a) parceiro(a). Muitos também ficam preocupados que outros sintam o cheiro
de urina e acabam se isolando, o que pode levar à depressão e ansiedade.
Mas... e o tratamento para esses
sintomas urinários??
Tem-se relatado na literatura
formas conservadoras de tratamento, entre elas, cateterismo intermitente,
medicamentos e toxina botulínica, que devem ser orientados pelo médico
responsável. Além dessas formas, destaco a Fisioterapia Neuropélvica,
uma área que tem apresentado bons resultados comprovados cientificamente aos pacientes
com EM.
Fisioterapia Neuropélvica é a área
em que trabalho com muito carinho e dedicação, e que pretendo apresentar para
vocês nos próximos posts ;)
Abraço,
Cíntia E. Fischer Blosfeld
Fisioterapeuta Pélvica
Fisioterapeuta Neurofuncional
Curitiba-PR
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