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Queixas relacionadas ao sono, embora
muito frequentes, acabam sendo pouco valorizadas, diagnosticadas e tratadas no
leque sintomático da esclerose múltipla, mas são de grande relevância ao que
concerne à saúde, qualidade de vida e relação com um dos sintomas mais debilitantes
da EM, que é a fadiga. Essa é uma das conclusões que chegou um dos maiores
estudos sobre sono e esclerose múltipla, realizada pela Universidade da
Califórnia, Davis.
Segundo a National Sleep Foundation, indivíduos com esclerose múltipla
apresentam:
1. Três vezes mais dificuldade para dormir
e duas vezes menos qualidade no sono,
2. 50% apresentam distúrbios do sono.
Desses, há dois tipos de distúrbios:
1. Primários (lesões do Sistema Nervoso Central,
ou seja, consequência direta da doença e de suas lesões);
2. Secundários:
ü
Stress
ü
Espasticidade
ü
Inatividade
ü
Deformidades
ü
Dor
(50% das queixas associadas)
ü
Nictúria
( relacionada alterações da bexiga, acarretando a necessidade de urinar várias
vezes a noite)
ü
Depressão
ü
Medicações
Há 80 tipos diferentes de alterações do
sono citadas. Habitualmente, mais de um distúrbio se apresenta em um mesmo
individuo, as mais comuns:
1. Insônia (dificuldade de iniciar, manter ou despertar precoce, com múltiplas causalidades, com consequência com a cronicidade de despertar não reparador, sonolência excessiva diurna, queda de rendimentos cognitivo e físico, fadiga, dificuldade de concentração, memória, libido, irritabilidade, depressão, entre outros).
2. Síndrome das pernas inquietas ( 51% - É uma sensação desconfortável nos membros inferiores, que leva o individuo a movimentar as pernas com o intuito de aliviar o sintoma, acarretando dificuldade em iniciar o sono, em síntese, insônia.)
3. Distúrbio comportamental do sono REM.
4. Distúrbios respiratórios (a apneia do sono é o distúrbio mais frequente. Definida como interrupção/diminuição da respiração, que pode levar à queda do oxigênio no sangue e à despertares. Habitualmente associada a roncos, nictúria, queda de performance sexual, transtornos de memória, queda de rendimento, sonolência excessiva diurna, sono agitado e não reparador, depressão, irritabilidade, entre outros.
5. Movimento periódico dos membros Inferiores (65% - pequenos movimentos involuntários que ocorrem nos membros inferiores no decorrer do sono, acarretando breves despertares).
6. Sonolência excessiva diurna (32%).
7. Narcolepsia (é caracterizada por episódios de sono recorrentes e de curta duração. A síndrome narcoléptica, além das crises de sono, é constituída por episódios de perda do tono muscular, fenômeno conhecido como cataplexia, paralisia do sono, alucinações hipnagógicas. Na esclerose múltipla é decorrente de lesões do sistema nervoso central).
Como
se pode observer, sao muitas as consequências na inadequação do sono.
Passamos cerca de
um terço de nossa vida dormindo. Neste aparente
repouso, o cérebro permanece em ação, preparando o corpo para o dia
seguinte. Nesse período, há uma intensa atividade fisiológica e funcional,
com a produção de hormônios, neurotransmissores e outras substâncias
necessárias ao bom desempenho das atividades diárias. Embora até o
presente momento a função do sono ainda não esteja completamente esclarecida, sabe-se que serve para restaurar os níveis normais de atividade e o
“equilíbrio” normal entre as diferentes partes do sistema nervoso central
(Guyton e cols, 1997), além de estar envolvido com a conservação do metabolismo energético, com a cognição, com a
termorregulação, com a maturação neural e a saúde mental (Kandel e cols, 2003).
E
fácil entender como alterações do sono podem colaborar para agravamento de
vários sintomas da esclerose múltipla ou mesmo ser o causador deles. Neste contexto é de suma importância administrá-lo.
Observe como está dormindo. Está despertando várias vezes à noite? É espontâneo? É secundário a problemas de urina, dor ou algum outro desconforto? Como acorda pela manhã: descansado, tem muita dificuldade para levantar da cama ou muita sonolência diurna?
Converse com seu médico.
Segue algumas dicas para melhorar a qualidade do seu sono:
ü Não
pratique atividade física próximo da hora de dormir;
ü Não tome banho antes de deitar;
ü Não coma próximo da hora de dormir;
ü Não tome café, coca-cola, chás mate ou preto após às 16h;
ü Não coma chocolate à noite;
ü Evite bebida alcoólica próximo de dormir.
Liliana Russo
Neurologista
Muito esclarecedor esse post.
ResponderExcluirNossa eu tenho muito sono.Se deixa eu durmo o dia inteiro lavanto nem pra comer.
ResponderExcluirMe identifiquei c vários destes sintomas decorrentes da má qualidade do sono: fadiga, meu sono não é reparador, vários despertares, muitas idas ao banheiro, apneia, irritabilidade e cognitivo em queda.
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